Capoeira auxilia estudantes da Emef Maria da Glória na disciplina escolar

Educação
25/04/2018 16h19


Um dia de aula diferente foi vivenciado pelos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Maria da Glória Macêdo, localizada no Bairro Industrial. Nesta quarta-feira, 25, a escola, mantida pela Secretaria Municipal da Educação de Aracaju (Semed), realizou apresentações especiais de capoeira e maculelê, junto com a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira Novos Irmãos, que é do bairro, com a participação de Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Aracaju.
 
Desde novembro de 2017, três vezes por semana, cerca de 28 crianças da unidade de ensino estão participando de aulas de capoeira ministradas, de forma voluntária, pelo professor Paulo de Souza. Além de representar a valorização das manifestações culturais, as apresentações, segundo a diretora da Maria da Glória, Gleice Mafra, evidenciam os resultados positivos, por meio dessa rotina esportiva dos alunos, que têm no esporte um estímulo ao foco, disciplina e dedicação, o que reflete na rotina escolar, consequentemente.
 
“Apesar dessa prática ter começado há poucos meses, já vemos que algumas coisas mudaram. Como é exigido pelo professor que haja bom comportamento e boas notas para que os alunos participem, eles já apresentam  melhorias no desempenho escolar. Estão fazendo silêncio e se comportando nas aulas, mais concentrados e mais sérios. Algumas pessoas acham que a capoeira incentiva a briga, mas é ao contrário, desperta o sentimento de respeito, colaboração”, explica a diretora.

As apresentações também integram os alunos na homenagem aos 40 anos à Associação Novos Irmãos, a segunda mais antiga de Sergipe. O professor Paulo, representante da Associação e conhecido como Mestre Morcego, conta que a ideia das aulas de capoeira surgiu a partir da sua vontade em fazer mais pela comunidade e pelo convite da equipe diretiva da escola. De acordo com ele, que também é educador físico, a prática esportiva não auxilia somente o desenvolvimento físico, mas trabalha, ainda, a parte intelectual e moral.
 
“Já faço um trabalho social no bairro há um tempo e quero fazer mais. Quando a escola me chamou, nós conversamos e, desde então, estamos em uma parceria que está dando certo. Através da cultura, da educação e do esporte, tentamos lutar contra a criminalidade e violência. Por isso faço questão de estar aqui, de ir atrás de trajes e incentivar o bom desempenho nos estudos. A apresentação de hoje é um resultado desse nosso trabalho. É bom ver que as crianças se encantam pela dança, musicalidade, beleza dos instrumentos, o jogo”, pontua o capoeirista.