Assistência realiza roda de diálogo sobre enfrentamento à exploração sexual

Assistência Social e Cidadania
04/05/2018 16h43

A exploração sexual de crianças e adolescentes é um tipo de violência silenciosa, que atinge todas as camadas da sociedade, sobretudo as mais vulneráveis, onde existe um menor acesso à renda. Para dialogar sobre a atuação dos profissionais da rede de proteção socioassistencial no enfrentamento à exploração sexual, a Secretaria Municipal da Assistência Social, por meio da gerência de Média Complexidade da diretoria de Proteção Social realizou um ciclo de diálogo na manhã desta sexta-feira, 4, na Universidade Tiradentes - Campus Farolândia.  

De acordo com as denúncias recebidas pelo Disque 100, ocorreram no Brasil, entre 2012 e 2016, 175 mil casos de exploração sexual de crianças e adolescentes. Esse dado significa que a cada hora quatro crianças ou adolescentes mantiveram relações sexuais para obtenção de renda. Mas esses números ainda não refletem o cenário da violência em sua totalidade, por conta do receio que muitas pessoas têm tanto na identificação do crime, quanto na denúncia da prática. 

Lançando mão da estratégia das práticas circulares, onde um ciclo de proteção é formado em volta do tema a ser debatido, a gerente da Média Complexidade, Lucianne Rocha, falou sobre a importância do evento. “Hoje a nossa rede de atendimento tem dificuldade na identificação e notificação dos casos de exploração sexual. Então nós resolvemos nos reunir para trabalhar o olhar de cada trabalhador para com os nossos usuários e fizemos isso através do compartilhamento de histórias vivenciadas pelas pessoas já vinculadas aos nossos serviços”.

Para psicóloga Regiane Alves, do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria Diná Menezes, localizada no bairro 17 de Março, as atividades de prevenção também têm grande relevância para a diminuição da exploração sexual. “Nós precisamos estar de olhos bem abertos. Ao percebermos um comportamento suspeito, devemos nos aprofundar na investigação, conhecer a rotina da família, e da criança ou adolescente. E é um exercício que deve ser feito pela sociedade como um todo, também. Muitas vezes as pessoas colocam na vítima a culpa por algum tipo de violência que ela sofreu e isso dificulta ainda mais os processos. 

 “Eu vejo o debate como bastante importante, porque eu não tinha tanto conhecimento sobre o assunto e a partir desse momento eu posso trabalhar a empatia, posso contribuir no combate à exploração sexual tanto na minha futura profissão quanto de forma pessoal mesmo”, explica Marina Prado, estudante do primeiro período de medicina. 

Participaram do evento equipes dos Cras, Centros de Referência Especializados da Assistência (Creas), Diretoria de Direitos Humanos, Conselho Tutelar do primeiro distrito, Centro De Integração Raio De Sol (Ciras) e Ordem dos Advogados do Brasil/Sergipe.