Saúde orienta crianças para o combate ao abuso sexual

Agência Aracaju de Notícias
16/05/2018 16h45

No mês de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), através do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) das Unidades Cândida Alves, no bairro Santo Antônio, e Amélia Leite, no Suíssa, está realizando ações preventivas em várias instituições de ensino da região. Na manhã desta quarta-feira, 16, a equipe visitou o Instituto Educacional Santa Terezinha do Menino Jesus, com o objetivo de orientar as crianças e sensibilizar em relação a uma possível situação de abuso.

Para isso, foi apresentada uma história lúdica com os personagens Pipo e Fifi, e vídeos que exemplificavam situações de carinho aceitáveis ou não. Na oportunidade, os profissionais de saúde também questionaram as crianças e elas puderam tirar dúvidas e se expressar em relação às experiências que já viveram.

“O foco é apresentar o que caracteriza abuso para que eles possam saber identificar, mostrando o que é um carinho legal e qual não é. Muitas vezes, a criança se sente incomodada, mas não sabe o que está acontecendo. Incentivamos que as crianças procurem uma pessoa de confiança diante das situações que apresentamos porque podem gerar danos graves ao longo da existência do sujeito”, explica a psicóloga do grupo, Cláudia Mara Bezerra.

A aluna do 4º ano do Instituto, Mariana Andrade, 9 anos, já tinha sido alertada pela família que deve ficar atenta aos carinhos que recebe e informar caso perceba algo fora do normal. “Mas eu sei que muitos colegas meus não sabem disso e que existem pessoas más que prejudicam as crianças. Então, é bom a gente saber se defender. As crianças só querem carinho e amizade e a gente precisa saber dizer que não gostou do que foi feito”, afirma.

Josefa da Assunção, presidente da instituição filantrópica, ressalta a importância de receber a equipe da saúde para orientar as crianças. “Somos uma instituição socioassistencial e precisamos passar esse tipo de ensinamento. Trabalhamos com um público em vulnerabilidade e temos um cuidado maior com todos os tipos de violência que eles possam sofrer. Agradecemos de coração à equipe que veio com um trabalho educativo para esclarecer com precisão às nossas 282 crianças o que elas devem fazer caso passem por uma situação como essa”.

Por ser um tema considerado difícil de ser trabalhado, muitos professores ficam em dúvida de como abordar o assunto com os alunos. É o caso da professora do 4º ano, Valéria Mesquita, que salienta a importância do aprendizado, principalmente, para os seus alunos que já estão entrando na puberdade. “São situações mais comuns do que imaginamos. Às vezes achamos que só acontece com outros, mas acontece debaixo dos nossos olhos. Numa situação de abuso ou exploração, por exemplo, a escola não pode ser omissa, tem que encarar, ajudar o aluno, e é isso que buscamos”, ressalta.