Emei Júlio Prado Vasconcelos conscientiza comunidade sobre abuso sexual infantil

Educação
18/05/2018 10h00
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Todos os anos, o dia 18 de maio é marcado como ‘Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes’. Nas escolas da rede pública de ensino de Aracaju, o assunto é tratado durante todo o ano com o objetivo de conscientizar pais e alunos e, também, salientar a importância de uma ação: a denúncia. Na Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Júlio Prado Vasconcelos, localizada no bairro São Conrado, desde cedo os alunos aprendem a se proteger e verbalizar possíveis casos.

O projeto “Sexualidade na Infância: conhecendo nosso corpo”, desenvolvido pela direção da unidade, foi criado em 2016 e caminha para sua terceira edição. Promovido no final do primeiro semestre de cada ano, durante um mês inteiro a equipe pedagógica da Emei desenvolve diversas atividades relacionadas ao tema com as crianças de um a cinco anos e com os responsáveis. São peças teatrais, atividades de colagem e pintura, desenhos, além de palestras educativas.

O objetivo é alertar os alunos sobre a importância de ter seus corpos preservados, conscientizar as famílias sobre o cuidado que é preciso ter ao escolher alguém para cuidar dos seus filhos e desenvolver nas crianças o raciocínio lógico, a expressão oral e corporal e a percepção auditiva e visual.

“Não buscamos falar de sexo com as crianças, e sim desenvolver ações que façam com que elas conheçam o próprio corpo, saibam quais as partes que podem ser tocadas e quais não podem. Ensinamos que determinadas partes do corpo só podem ser tocadas pelos pais ou cuidadores e, mesmo assim, não pode doer. E que quando isso acontecer, a criança tem que contar, não pode ficar calada. Tudo de uma forma bem lúdica”, explica a coordenadora pedagógica da escola, Jéssica Marinho.

Para a conscientização, professor também vira ator. Algumas das peças teatrais são apresentadas pelos próprios professores e cuidadores da escola. Uma delas é a “Kiko e a Mão”, que encena um diálogo de um menino com uma mão, que o toca em determinados lugares e, assim, são indicadas para as crianças as partes do corpo que elas devem dizer não, caso alguém tente tocar. Outra ferramenta utilizada é o premiado livro Pipo e Fifi, que trata de conceitos básicos sobre o corpo, sentimentos, convivência e trocas afetivas.

Jéssica explica que durante o período das atividades, as crianças também aprendem o nome correto dos órgãos sexuais. “Muitas vezes os pais ensinam às crianças nomes fantasiosos, como pirulito, para se referir ao órgão sexual masculino. Buscamos ensinar os nomes corretos, pênis e vagina, para, dessa forma, a criança conseguir denunciar corretamente um possível abuso”, afirma.

O projeto foi desenvolvido através de uma percepção da diretoria da Emei sobre a realidade da comunidade em que está inserida e também por anseio dos próprios pais. “As atividades se encerram com a última reunião de pais do semestre, em que é convidado algum profissional para dar uma palestra sobre o tema. Na ocasião, eles assistem vídeos educativos e aprendem formas de reconhecer quando os filhos estão tentando avisar que algo está errado”, completa Jéssica.

Dia Nacional

O dia 18 de maio foi instituído como Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes pela lei federal 9.970/2000. O dia foi escolhido para lembrar um caso acontecido em 1973, em Vitória, no Espírito Santo, em que uma menina de oito anos foi sequestrada, violentada, assassinada e teve o corpo carbonizado. Seus agressores nunca foram punidos.