Ir à feira é um hábito secular, que também faz parte do cotidiano dos aracajuanos. Mais que uma necessidade, as feiras livres nos bairros representam uma cultura social. Para os consumidores, os razões para escolher uma feira vão desde a grande diversidade de produtos, à qualidade, organização, limpeza e à proximidade de casa. Com os moradores do bairro Grageru, localizado na zona Sul de Aracaju, também funciona dessa forma. Por ser uma feira organizada e limpa, eles não abrem mão de ir à feira todos os sábados pela manhã para adquirir seus alimentos.
Moradora da zona Sul da capital, Vaneide Ferreira frequenta várias feiras da região em busca dos melhores produtos para sua família. "Eu prefiro ir à feira do Grageru por vários motivos. A mercadoria é de qualidade, os preços são bons, além de ser muito limpa e organizada, que torna a hora das compras mais agradável. A população do bairro também gosta muito", afirma satisfeita.
É difícil especificar o tempo de existência de feira no bairro Grageru, mas Moisés Gouveia, engenheiro de produção, recorda-se dela desde quando era criança, há cerca de 20 anos atrás. "Ela é uma tradição. Durante esse tempo, ela já evoluiu muito. Agora nem as vias laterais ficam interditadas, não incomoda mais o trânsito. Conheço pessoas que nem moram no bairro, mas optam vir para a essa feira. O fato dela acontecer aos sábados facilita muito, já que é o único dia que muitas pessoas, inclusive eu, têm disponibilidade", analisa Moisés.
O policial militar Alexandre Soares, policial militar, é um exemplo disso. Ela mora no conjunto Castelo Branco e se desloca até o bairro Grageru todo sábado apenas para fazer a feira da semana. Na sua localidade, a feira acontece às sextas-feiras e, por trabalhar nesse dia, ela opta por ir à feira do Grageru. "É uma ótima oportunidade para mim. Um feira muito boa, com diversidade de mercadoria e cômoda. Ela tem um amplo espaço para estacionamento e a limpeza é bem tranquila", ressalta o policial.
Já para os moradores do bairro, a feira próximo às suas casas torna a vida mais prática. "Se a feira não fosse aqui, eu teria que me deslocar para outro lugar e isso seria bem difícil porque precisaria de uma condução. Moro em uma rua bem próxima e vou andando fazer minhas compras todos os sábados. Os produtos são de alta qualidade e não tenho o que reclamar durante esses 20 anos que moro no bairro e frequento essa feira. Ela é calma, tranquila e limpa", garante a professora Márcia Batista.
João Guilherme Costa, corretor de seguros, ressalta que a feira também representa geração de emprego e renda. "Essa é uma feira extensa, que agrupa muitos feirantes. Isso representa muitas pessoas que sobrevivem desse trabalho e sustentam suas famílias. Tem muitos que já passaram para a outra geração e seus filhos são feirantes também. Não consigo nem imaginar que um dia ela deixe de existir. Como eu, muitos consumidores vêm a pé tranquilamente por ser próxima de casa", reforça.
"Gosto muito dessa feira. Ela pode até ser melhorada, mas jamais pode acabar. Por exemplo, se a gente for analisar que temos uma semana de oito dias e a feira é realizada em apenas algumas horas do sábado, qualquer incômodo que ela gere a alguns moradores é irrelevante diante dos benefícios gerados. Ela é organizada, confortável e tem produtos de excelente qualidade", salienta Carlos Francisco Pereira, administrador de empresas.