Emsurb estuda parceria com empresa privada para destinação de resíduos

Serviços Urbanos
13/06/2018 09h40
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A destinação final dos resíduos sólidos produzidos pelas grandes cidades representa um dos maiores desafios para as administrações municipais, e em Aracaju esse cenário não é diferente. Tendo como um dos principais objetivos o compromisso com o meio ambiente, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), estuda uma parceria com o grupo Votorantim para o aproveitamento dos resíduos sólidos produzidos na capital.

Na última terça-feira,12, o presidente da Emsurb, Luiz Roberto Dantas, esteve reunido com representantes do grupo para definir detalhes sobre um dos projetos que fará o diferencial no futuro da limpeza urbana em Aracaju, tendo como base o coprocessamento dos resíduos.

O coprocessamento é uma tecnologia que alia a destinação final ambientalmente adequada de resíduos em fornos de cimento. Essa técnica pode contribuir para a preservação ambiental, uma vez que substitui matérias-primas e combustíveis tradicionais, dando uma destinação adequada para determinados materiais.
 
“O projeto P19, que faz parte do planejamento estratégico da Prefeitura de Aracaju, tem como base a criação de alternativas para a destinação final de resíduos sólidos. Por isso estamos iniciando diálogos com algumas empresas para definirmos e avaliarmos as possibilidades dessa destinação que seja diferente de um aterro sanitário. A reunião de hoje foi bastante proveitosa, pois avançamos em uma das questões que nos gera grande preocupação, que é o aproveitamento do resíduo do coco que é comercializado na capital e uma das alternativas apresentadas pelo grupo Votorantim foi o uso do fruto triturado e seco como combustível dentro da cadeia de produção de cimento”, enfatizou o presidente.

Estudos realizados pela equipe técnica da empresa municipal identificaram que, semanalmente, a Emsurb recolhe 190 toneladas de resíduos de coco verde, fato que vem ocasionando transtornos na rota de coleta dos caminhões compactadores, no município de Aracaju. “A nossa intenção é melhorar cada vez mais a qualidade dos serviços à população, por isso buscamos alternativas que deem agilidade ao serviço de coleta”, informou Luiz Roberto.
 
“O objetivo da Votorantim é oferecer para a Prefeitura a tecnologia do coprocessamento de resíduos como alternativa viável economicamente e ambientalmente para destinação do material produzido pelo município. O coco é um resíduo que é gerado em grande volume na cidade, o que acaba sendo um problema a ser resolvido, e a nossa empresa já possui projetos amadurecidos nesse sentido, onde, após determinado processo, ele é consumido termicamente dentro das nossas fábricas de cimento. Isso gera uma vantagem competitiva para a indústria de cimento que deixa de consumir um combustível fóssil que hoje vem de outros lugares como Golfo do México e Ásia, que tem um custo alto de transporte, para utilizar resíduos que já existem em nossa região dando suporte para essa demanda que hoje vai para aterros e outros locais”, explicou Jeison Lostada, Consultor de Negócios da Votorantim.

Ainda segundo o consultor, ao apresentar essa alternativa, a empresa disponibilizaria sua estrutura em Laranjeiras para o recebimento de todo o resíduo do coco e, por meio do Instituto Votorantim, seria desenvolvido um trabalho para geração de renda com algumas comunidades do município. 

“Breve faremos uma visita à fábrica deles em Sergipe bem como verificarmos a possibilidade de visitar uma fábrica que já recebe esse tipo de resíduo e aproveite no processo de produção. Isso pode no futuro baratear o recolhimento da coleta de lixo na capital, destinando verbas para outro tipo de atividades na Prefeitura, bem como termos a possibilidade de outro destino para os resíduos do lixo domiciliar dentro da capital”, destacou ainda Luiz Roberto.