A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Diretoria de Atenção à Saúde (DAS), além de possuir uma Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), também oferta atendimento em saúde mental nas Unidades de Saúde da Família (USF’s) que são referências psiquiátricas na Rede de Atenção Primária (Reap). São dez USF’s para atendimento adulto e quatro para o público infantil.
De acordo com o psicólogo Wagner Mendonça, referência técnica em Saúde Mental na Reap, o município de Aracaju escolheu implantar uma linha de cuidado em Saúde Mental. “A gestão compreende que os casos mais leves que envolvem sofrimento psíquico podem ser cuidados na Atenção Básica. Normalmente é uma questão de estar atento mesmo a estes sinais de sofrimento psíquico, de mudança de comportamento e o agente comunitário de saúde é fundamental nesta detecção, talvez seja o que nós podemos chamar de diagnóstico precoce”, explicou.
Segundo Wagner, nos casos que têm uma complicação maior, mas que não são agudos ou crônicos, Aracaju tem um arranjo pioneiro que são as referências ambulatoriais de Saúde Mental desde 2004. “Mas somente agora em 2018 saiu uma portaria do Ministério da Saúde (MS) que reconhece equipes de Saúde Mental na Atenção Básica. Então, estamos fazendo um estudo de impacto para poder avaliar e credenciar isso para que possamos buscar o cofinanciamento do MS. Estas referências ambulatoriais são para os casos de depressões, ansiedades e transtornos de humor, mas que não são sofrimentos incapacitantes para as pessoas”, esclareceu.
Aracaju é dividida em oito regiões de Saúde. “E hoje a Reap oferta 10 referências para atender o público adulto, são unidades básicas que contam com psiquiatra e psicólogos. Uma referência para cada região, mas tem duas regiões que a demanda é maior por isso existem duas unidades referenciadas, que é a Celso Daniel e a Humberto Mourão, ambas da 2ª região e as USF’s da 4ª região Edézio Vieira e Joaldo Barbosa. Temos também quatro referências infantis, uma para cada duas regiões, que atendem até os 17 anos”, ressaltou.
Unidades referenciadas
As USFs referências em Saúde Mental para o público adulto são: Santa Terezinha (Robalo); Humberto Mourão (São Conrado); Celso Daniel (Santa Maria); Marx de Carvalho (Ponto Novo); Edézio Vieira de Melo (Siqueira Campos); Joaldo Barbosa (Bairro América); Dona Jovem (Bairro Industrial); Francisco Fonseca (Palestina); e Anália Pina (Santos Dumont). Já as referências infantis são: Ministro Costa Cavalcante (Inácio Barbosa); Amélia Leite (Suíssa); Oswaldo de Souza (Getúlio Vargas); e Carlos Fernandes de Melo (Cidade Nova), que também faz o atendimento para o público adulto.
“Em janeiro os psiquiatras das unidades Celso Daniel e Humberto Mourão pediram exoneração e desde então estamos buscando profissionais para repor. Na verdade, do início do ano para cá, quatro psiquiatras saíram da rede e uma está de licença maternidade. Conseguimos agora contratar quatro psiquiatras e estamos acertando com mais dois. Nos próximos 15 dias, a gestão acredita que tudo já estará normalizado”, argumentou.
Reaps
“Para os casos agudos, ou seja, aquelas pessoas que estão em grande sofrimento, que estão com dificuldade extrema e com o comprometimento das suas atividades cotidianas e seus vínculos familiares, Aracaju tem a Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), onde estão os seis Centros de Atenção Psicossocial (Caps)”, esclareceu Wagner.
A Reaps de Aracaju é composta por cinco Caps do tipo III, que trabalham 24 horas com acolhimento noturno. São eles: Caps III David Capistrano; Liberdade; Jael Patrício; AD (álcool e drogas) Primavera, e infantojuvenil AD Vida. O único Caps II, que não oferece atendimentos à noite, é o infantojuvenil Dona Ivone Lara. Há ainda uma Unidade de Acolhimento Adulto (UAA) e quatro residências terapêuticas.
Acesso
“A ideia é que tenhamos ofertas para os mais variados níveis de sofrimento e buscamos respostas mais adequadas para cada pessoa. Os Caps funcionam porta aberta, mas o atendimento nas unidades referenciadas não assim para que a USF saiba o que está acontecendo com a população de área adscrita. Então quando a pessoa precisa ir até uma referência ela vai procurar a unidade básica do bairro e vai relatar o que está ocorrendo. A partir da avaliação do profissional de saúde, ele vai agendar para o ambulatório e precisando ela vai ser acompanhada pelo psiquiatra e pelo psicólogo” completou.