Em meio a muito forró de raiz e diálogos entre estudiosos e pesquisadores repletos de riquezas culturais, foi realizada, na noite desta quarta-feira, 20, a abertura dos festejos juninos no Palco Clemilda e o XV Fórum do Forró, integrando a programação oficial do Forró Caju 2018. O evento é uma realização da Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), e acontece até o dia 30 deste mês, na Praça General Valadão, localizada no centro da capital.
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, marcou presença no evento e falou sobre a escolha de descentralizar o Forró Caju, levando também para a praça General Valadão, considerada o marco zero da capital. “Aqui que começou Aracaju. Nós temos o papel de fazer com que o centro da cidade seja ocupado com cultura, voltando a dar ao centro a importância e o verdadeiro significado que ele tem para a nossa cidade. É uma maneira de fazer a revitalização do centro da cidade”, destacou.
O presidente da Funcaju, Cássio Murilo, fez a abertura do Fórum do Forró e ressaltou que o evento é um momento de dialogar e definir ações que envolvem o autêntico forró. “O encontro proporciona um estudo sobre os diversos aspectos do forró. Estamos aqui, hoje, com vários palestrantes especialistas na música discutindo ‘O Coco na Tradição do Forró’, ritmo que consolidou a carreira de Jacinto Silva, músico alagoano que deixou seu nome em um local de destaque na cultura nordestina e é o nosso homenageado”, comentou.
O debate da quebra do coco teve como palestrante, o biógrafo do homenageado, Luciano José, que explicou sobre vida e obra do artista. “Temos a oportunidade singular de tratar o forró tradicional de raiz com respeito. Jacinto foi quem revigorou o coco e ele pertenceu a manifestação da arte popular, que desde cedo participou de vários grupos culturais e se familiarizou com a música raiz, preferindo seguir com a tradição do coco”.
“O Fórum do Forró é importante para podermos repensar o que as pessoas fizeram com a história do forró. Além de ser uma data que antecede o São João, um evento que lida com os diferentes tipos de forró, como o tradicional pé de serra e o forró de raiz. Ouvir Jacinto Silva cantar é voltarmos às mais autênticas tradições da música nordestina, dos festejos juninos, da sanfona de oito baixos, forró de raiz e da roda de coco”, completou o palestrante Luciano.
Presente durante o evento, a cantora sergipana Amorosa pontuou sobre a importância nacional que tem o Fórum do Forró. “É realizado há 15 anos em Aracaju, sendo pioneiro no Brasil através da pesquisa do resgate da memória de grandes compositores e artistas que contribuíram com a consolidação da música nordestina. Então, não se fala de registro patrimonial brasileiro sem passar por Sergipe. Essa realização promovida pela Funcaju é importantíssima, já que nós estamos em vias do registro do forró como patrimônio imaterial”, sinalizou.
O cantor e compositor Silvério Pessoa ressaltou o prestígio de Jacinto Silva para a música tradicional brasileira. “Primeiro temos que perpetuar a tradição, porque a gente tem um sério risco hoje de ter uma tradição diluída. Jacinto Silva, junto com Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Tom Jobim, Os Beatles, é um representante da música brasileira e mundial. Essa foi uma ideia feliz do Fórum: homenagear essa iconografia fundamental no resgate da música tradicional e brasileira”, afirmou, finalizando a noite com uma bela apresentação musical, no palco da praça General Valadão.
Programação desta quinta-feira, 21:
Palestra: Jacinto Silva, o Forró como cultura popular: da nostalgia a contemporaneidade.
Coordenador: Antônio Amaral (Conselho Estadual de Cultura)
Palestrante: Silvério Pessoa (PE)
Debatedores: José Teles (PE), Paulo Correia (SE) e Thiago Paulino (SE)