Servidores da Educação participam de curso sobre álcool e outras drogas

Educação
24/07/2018 18h01
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Cerca de 20 servidores da Secretaria Municipal da Educação (Semed) estão participando do curso 'Intersetorialidade no cuidado à pessoa com necessidades relacionadas ao uso de drogas'. A formação, que acontecerá em dez encontros, teve a segunda aula realizada nesta terça-feira, 23, no Centro de Educação Permanente da Saúde (Ceps), localizado no bairro Siqueira Campos. Também participam do curso servidores da Secretaria Municipal da Assistência Social e Guarda Municipal de Aracaju (GMA).

Diretores e coordenadores de escolas e servidores da administração fazem parte da turma, que terá carga horária de 64 horas. O objetivo do projeto, que é uma iniciativa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), é fortalecer o trabalho em rede, compartilhando ações e conhecimentos entre Educação, Saúde, Assistência e segurança pública. As aulas fazem parte do programa Horas de Estudo, da Semed, e integra as ações do projeto 'Aracaju Segura. Segundo a técnica do Centro de Formação Continuada (Ceaf) da Semed, Jouse Mara Ferreira, essa é uma forma dos servidores da Educação estarem preparados para agir em situações relacionadas ao uso de álcool e drogas.

“Temos que entender que a prevenção também deve ser tratada como uma prática pedagógica e inserida nos processos de formação continuada. Entendemos que este curso só vem agregar conhecimentos aos profissionais que estão passando por esse tipo de dificuldade dentro do ambiente escolar. Álcool e droga é uma realidade dentro dos muros escolares e é imprescindível que os professores estejam capacitados para entenderem a temática e consigam fazer a abordagem correta”, explica.

A formação, que segue até o mês de outubro, pretende trabalhar em cima das políticas internacionais e nacionais sobre o uso das drogas e as formas de cuidado com as pessoas que estão em situação de risco. “Estamos trabalhando hoje os aspectos socioculturais e históricos do uso da droga. Queremos desnaturalizar esse senso comum para que as pessoas tenham um olhar mais crítico sobre o uso dessas substâncias. O nosso foco principal é poder, junto a esses trabalhadores, pensarmos numa articulação intersetorial, para lidarmos com esse sujeito que, muitas vezes, é o mesmo assistido pelas escolas da rede municipal e pelos Cras. Precisamos aprender a vê-los não como doentes ou delinquentes, mas como sujeitos dignos de terem seus direitos garantidos”, afirma o coordenador geral do Ceps, João Sampaio.

Fabiana Araújo, diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Sérgio Francisco da Silva, que fica no Lamarão, é uma das participantes do curso. Ela conta que, mesmo indiretamente, a temática desta formação está presente em seu dia a dia na escola. “Trabalho numa escola de periferia, o bairro Lamarão vem sofrendo muito com o uso de drogas. Temos alunos de várias faixas etárias e classes sociais que, infelizmente, sofrem com o uso de droga, seja direita ou indiretamente. Por conta disso, todas as ações que pode me ajudar a orientar melhor ops estudantes são importante. Trouxe junto comigo três professoras da Emef, para que possamos, cada vez mais, multiplicar na escola esse cuidado. As drogas estão cada vez mais fáceis de encontrar e baratas para comprar, quanto mais orientarmos nossos estudantes, maior é a tendência deles se afastarem do mundo das drogas”, acredita.

O diretor da Emef Sabino Ribeiro, no bairro 18 do Forte, também está participando da formação. Para ele, o curso permitirá ampliar seus conhecimentos para aplicar na comunidade escolar. “Esse  curso vai ampliar meu conhecimento sobre essa temática da dependência química e ao mesmo tempo facilitar minha atuação na escola e na comunidade em que eu trabalho. Esse curso é uma ferramenta quem vem para ampliar nossa visão sobre essa temática e vai me permitir fazer abordagens mais qualificadas”.

O guarda municipal Leandro Martins também está participando da formação e acredita que a intersetorialidade abordada no curso traz benefícios para todas as áreas envolvidas. “Sem dúvidas, estas aulas estão nos ajudando a entender todas os aspectos do uso das drogas. Somos acostumados a tratar esse uso de forma banalizada e repressiva, mas entendemos que existem outras realidades, como uso religioso, medicinal. Então, entender esses contextos será proveitoso para todos os envolvidos”, afirma.

“Este curso era ofertado apenas para os profissionais da SMS, mas percebemos a necessidade de ampliar e pensar nele de modo intersetorial. O usuário de drogas em Aracaju está na escola, está sendo cuidado pela Assistência, está sendo visto pela Guarda Municipal e nossa ideia é juntar todos estes atores para que, juntos, possamos estudar este fenômeno e, a partir deste curso, criarmos alianças mais fortes. Esses profissionais já chegam aqui com uma vivência sobre o tema, então, vamos compartilhar experiências e discutir ações para o cotidiano desses profissionais”, explica o responsável pela Escola Técnica do SUS, Murilo Andrade.