Sema alinha propostas para a revitalização do Museu do Mangue

Meio Ambiente
07/08/2018 14h18

Promover a educação ambiental e a sensibilização ecológica para a preservação das áreas de manguezais. É para isso que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) vem discutindo com os moradores da comunidade do bairro Coroa do Meio, zona Sul da capital, propostas de ações para a revitalização do Museu do Mangue, situado no mesmo local. 

Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, Augusto Cesar Viana, a proposta é unir esforços entre a comunidade e órgãos municipais para exercer atividades que irão beneficiar não apenas moradores, mas também o rico ecossistema. “O manguezal tem uma importância fundamental no equilíbrio da cidade. O mangue é um berçário da vida, e para mantê-lo vivo é preciso realizar ações que sensibilizem e estimulem as pessoas para esse cuidado. E o Museu do Mangue é o ponto principal que temos, e daremos continuidade ao projeto, junto com a comunidade e outros órgãos a fim de que os nossos objetivos sejam alcançados”, afirma. 

Luelli Guedes mora há trinta anos na comunidade e relata que a própria população descarta irregularmente resíduos nas proximidades do mangue. “Lá no bairro, próximo ao Museu, já está virando uma lixeira a céu aberto, e isso precisa acabar. É muito importante termos o apoio da Prefeitura, para agirmos juntos em favor da preservação desse bem precioso. Até porque, o Museu do Mangue se trata também de uma atração turística e do jeito que está não vamos atrair ninguém”, expressa.
 
O setor da Educação Ambiental da Sema, em parceria com os moradores do bairro Coroa do Meio, realizará várias atividades por meio do projeto ‘Muda Mangue’, visando a trabalhar a sensibilização e ações que evitem o descarte irregular de lixo e promovendo ações de revitalização do próprio manguezal, a exemplo do plantio de mudas. “Iremos trabalhar com teatros, oficinas, plantios, intervenções urbanas, como a instalação de espirais de ervas medicinais e o parque de pneus, dentre outras atividades que eduquem ambientalmente as pessoas” explica a coordenadora de Educação Ambiental da Sema, Raphaella Ribeiro. 
 
O presidente da Associação de Moradores e Produção e Desenvolvimento Social e Cultural de Aracaju (Amprodesc), Gilvan Pereira, relata que o Museu do Mangue é a representatividade da comunidade do bairro Coroa do Meio e precisa ser resgatado. “Queremos estimular a conscientização das pessoas. Resgatar nossa comunidade, a dignidade das pessoas que vivem ali ao redor do mangue. E vamos trabalhar para envolver não apenas moradores, mas também os pescadores, para que as pessoas tenham o conhecimento em valorizar, conservar os mangues, pois muitos sobrevivem dele”, diz. 

Museu do Mangue
 
Aracaju foi construída sobre um imenso manguezal. E é necessário frear o processo de destruição dessas áreas e sensibilizar a população a fim de preservar as zonas remanescentes. O Museu do Mangue foi criado para ser um futuro ponto turístico e um patrimônio de grande importância sociocultural.
 
Não só moradores, mas também estudantes, vêm se mobilizando para resgatar a proposta da revitalização do Museu do Mangue. “A trajetória do Museu do Mangue expõe a luta pela representatividade. A ideia é conservar o patrimônio, seja de forma material ou imaterial, e estamos focando na questão imaterial, que por meio dessas ações da educação ambiental, a população seja sensibilizada a voltar a se identificar, e passar para as crianças, esse papel, de cuidar e agir para que o projeto na comunidade continue”, alega a estudante de Ciências Sociais, Rikelly Souza.
 
Já a estudante de Arqueologia, Larousse Magalhães, diz que é importante se envolver em ações como essa, que se tratam também de um projeto de extensão e permitem que alunos saiam da universidade para interagir junto à comunidade, aplicar, não apenas o seu conhecimento, mas também aprender com eles. “É muito gratificante fazer esse elo, até porque estamos agindo para o bem da comunidade e, principalmente, para o meio ambiente”, destaca.