Prefeitura de Aracaju promove inclusão digital a idosos do bairro 17 de Março

Formação para o Trabalho
16/08/2018 17h35

A aposentada Maria Izabel Santana tem 60 anos e, durante toda a sua vida, nunca teve a oportunidade de conhecer o mundo virtual. "Via os meninos mais novos mexendo, meus netos também, mas não chegava perto e nem setava na frente de um computador. Na minha cabeça, se eu não sabia mexer, era melhor não me aproximar. Eu pensava, inclusive, que não tinha mais idade para isso", relatou a senhora, sorrindo.

Foi, então, numa conversa com um membro da família, que a moradora do bairro 17 de Março, zona Sul da capital sergipana, mudou de ideia e resolveu buscar pelo conhecimento na área, para ela, desconhecida. "Minha nora soube do curso de informática que estava sendo oferecido para pessoas da terceira idade e perguntou se eu não queria fazer. No primeiro momento achei que não teria capacidade. Mas mudei de ideia e vim. Hoje estou muito contente, graças a Deus, estou até com vontade de comprar um tablet. Gostei de tudo na aula. Foi ótimo", explanou a senhora, que foi uma das alunas do curso de Informática Básica para a Melhor Idade, ofertado no Centro de Qualificação e Unidade de Produção do bairro 17 de Março.

Voltado exclusivamente para pessoas com mais de 50 anos, o curso foi incluído na grade de qualificação disponibilizada pela Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) devido a grande procura. No 17 de Março, a capacitação foi oferecida pela primeira vez e teve grande aceitação. "Foi muito aceito pela comunidade, por um pessoal que precisava estar mais envolvido com essa tecnologia. Para a gente foi uma grande oportunidade. Os alunos aproveitaram e mostraram que são capazes", afirmou o coordenador da unidade, Marcelo Souza.

O curso de Informática Básica para a Melhor Idade possui carga horária de 60 horas. Além do 17 de Março, a capacitação já foi ofertada nas unidades de qualificação dos bairros Santa Maria, Coroa do Meio e Porto D'antas. A oferta da capacitação, partiu da ideia de promover cada vez mais a inclusão digital entre a população idosa e significa, não só a preocupação em assistir às comunidades mais carentes da capital, mas também de valorizar os cidadãos que estão na melhor idade, oferecendo cursos que contemplem segmentos tecnológicos.

De acordo com o instrutor, Daniel Santos, as aulas são elaboradas para garantir, sobretudo, que os alunos possuam maior independência quanto ao uso dos computadores e da internet, tendo como respaldo a supervisão em sala de aula. " O segredo é a dedicação. A gente preparou o plano de aula e aplicamos no dia a dia. O conteúdo foi aplicado, trabalhando de diferentes formas com cada um", enfatizou.

Independência

Para a comerciante Neide Rodrigues dos Santos, a vontade de ter mais independência para acessar computadores foi fundamental para que ela se inscrevesse. "Eu ficava pedindo a um e a outro para me ensinar e ninguém me ajudava. Comentei da minha dificuldade com um colega e ele me indicou o curso da Fundat. Eu não pensei duas vezes, me matriculei. Antes eu me sentia excluída. Agora isso acabou. O curso foi maravilhoso e esse foi só o primeiro passo", destacou.

Assim como Neide, a dona de casa e sua colega de turma, Tereza Silva, considerou o curso uma chance de expandir seus conhecimentos. "Fiz o curso para me aperfeiçoar. Gostei muito, foi excelente. O professor é muito bom e paciente. Eu aprendi bastante. Antes eu era muito dependente na parte da internet, agora posso dizer que estou mais independente", comentou.