SMS promove edição especial do projeto Saúde Mental em Movimento

Saúde
23/08/2018 19h22

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) promoveu uma edição especial do projeto 'Saúde Mental em Movimento' com uma atividade ciclística no Parque da Sementeira na tarde desta quinta-feira, 23.  O evento, realizado através da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), reúne trabalhadores e usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) David Capistrano e Liberdade e também dos moradores das Residências Terapêuticas (RT´s). O objetivo é promover integração e atividades ao ar livre, que resultem em bem-estar e saúde.

Promovido há alguns anos, o projeto começou reunindo apenas trabalhadores das unidades, mas depois passou também a contar com a participação dos usuários. A apoiadora institucional das RT’s, Mariane Marques Amaral, falou sobre o surgimento da ação.

“Este evento começou reunindo os trabalhadores da rede como os servidores dos Caps, das residências terapêuticas e da unidade de acolhimento adulto, para termos um momento de encontro. Quase sempre acontecia com alguma ação, com música e atividades físicas, por exemplo, em espaços públicos da cidade, como as praças e a praia. Do ano passado para cá, começamos a colocar os usuários também. Hoje, temos trabalhadores de dois Caps específicos, que é o Liberdade e o David Capistrano, porque as residências terapêuticas estão vinculadas a eles, os nossos moradores frequentam esses dois Caps”, explicou.

A coordenadora das RT’s, Yasmin Porto, destacou a importância do 'Saúde Mental em Movimento'. “O evento tem um papel importante porque estamos ocupando este parque, que é um espaço público da cidade, com os moradores das residências terapêuticas. Nós temos uma característica essencial nas RT’s que é trabalhar as questões de desinstitucionalização nos territórios, fazendo com que eles adentrem os espaços da cidade e é exatamente isso que estamos fazendo aqui promovendo bem estar e saúde”, destacou.

Moradora de uma RT, Maria Auxiliadora de Jesus, de 52 anos, classificou de forma positiva a atividade ao ar livre. “Nós fazemos amizade, desenvolvemos a nossa capacidade de socialização e nos ajuda no processo de adaptação”, disse. Ela é natural de Minas Gerais e consta que mora na residência terapêutica há 11 anos. “Lá eles me acolheram como parte de uma família. Nunca me faltou nada, se percebem que eu estou preocupada, eles querem saber o motivo para me ajudar, tomo os meus medicamentos certinho, sou bem cuidada”, acrescentou.

Caps e Residências Terapêuticas

Os Caps são serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), de caráter aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional, que atuam sobre a ótica interdisciplinar. “Realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental grave, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial. São substitutivos ao modelo asilar, historicamente produtor de exclusão, tutela e violência”, definiu Mariane.

Já as residências terapêuticas configuram-se como um dispositivo igualmente estratégico no processo de desinstitucionalização. Caracterizam-se como moradias inseridas na comunidade destinadas a pessoas com transtorno mental, egressas de hospitais psiquiátricos, com vínculos familiares frágeis ou inexistentes. Atualmente, Aracaju conta com quatro RT´s em diferentes bairros da cidade que acolhem 28 moradores.

"O caráter fundamental das RT´s é ser um espaço de moradia que garanta o convívio social, a reabilitação psicossocial e o resgate de cidadania do sujeito, promovendo os laços afetivos, a reinserção no espaço da cidade e a reconstrução das referências familiares”, esclareceu Yasmin.

Cada residência está vinculada a um serviço de Saúde Mental de referência que dá o suporte técnico profissional necessário ao serviço residencial. Os Caps Liberdade e David Capistrano respondem pela assistência especializada, enquanto a Atenção Primária é efetivada pelas Unidades Básicas de Saúde correspondentes a cada respectivo território.