Mulher trans é eleita vice-presidente do CMDM de Aracaju pela primeira vez

Assistência Social e Cidadania
13/09/2018 12h38

O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) de Aracaju elegeu, pela primeira vez em sua história, uma mulher transexual para um cargo da sua mesa diretora. A eleição ocorreu nesta quarta-feira, 12. Adriana Lohanna dos Santos foi eleita, por unanimidade, vice-presidente do órgão, que é ligado à Secretaria da Assistência Social da capital. A presidência ficou com a representante da Assistência Social de Aracaju, Edna Nobre. Ambas ficarão à frente da luta pelas políticas públicas voltadas às mulheres aracajuanas pelos próximos dois anos.

Adriana Lohanna é professora, assistente social e mestra em Educação. Considerado pelos representantes como um grande avanço, Lohanna pretende dar voz a essa parcela da população, discutir sobre a importância da criação de um ambulatório para mulheres trans e incluí-las nos serviços de políticas públicas. “Queremos fazer com que essa sociedade entenda que essas mulheres transexuais que estão chegando aos espaços de políticas públicas são mulheres como qualquer outra que está na sociedade para se relacionar, para ter acesso ao mercado de trabalho, só que elas têm diferentes especificidades das mulheres sis, assim como todos os indivíduos têm as suas diferenças. Vamos discutir mulheres transexuais e a relevância da construção de políticas públicas direcionadas a elas”, afirmou.

Tornar o conselho cada vez mais paritário, ativo nas lutas pelas políticas públicas voltadas às mulheres da capital sergipana e estreitar a relação com a sociedade civil, em busca de fortalecer os projetos e ações destinadas ao público feminino. Para a nova presidente, que participa dos movimentos sociais em prol das mulheres há mais de 20 anos, essas são as principais propostas da nova presidência que ficará à frente do órgão fiscalizador até 2020.  “Não podemos desconsiderar os passos dados através da atuação da última gestão. Vamos dar continuidade ao trabalho feito, com o intuito de avançar nos debates no que diz respeito à formulação de políticas públicas destinadas às mulheres da nossa cidade. Queremos focar na prevenção da violência, no cuidar, no acolher e na luta pela igualdade na sociedade”, destacou Edna.

De acordo com a coordenadora de Políticas Públicas para Mulheres da Assistência Social, Ana Márcia de Oliveira, a nova composição da direção do CMDM representa a inclusão e a ampliação do debate acerca dos temas que envolvem a população feminina aracajuana. “O Conselho da Mulher já é um avanço desde a sua criação enquanto instituição que trabalha as políticas de proteção e em geral para as mulheres. Nada mais justo que trazer para a mesa diretora pessoas que estão envolvidas na militância em busca da consolidação dessas políticas. Essa nova composição reforça o quanto temos que ampliar a inclusão de toda a sociedade, independentemente, das suas escolhas. Tenho certeza que as duas mulheres eleitas terão um grande protagonismo ao longo desses dois anos, levantando as suas bandeiras e guerrilhando por melhorias para todas nós, mulheres. Então, a gente espera uma gestão presente, que discuta os principais movimentos e as lutas para criar propostas, que possam ser viabilizadas pelo governo”, observou.