Alunos do projeto audiovisual finalizam mais uma etapa do curso Como Fazer Vídeo Documentário

As aulas do curso “Como Fazer Vídeo Documentário” do projeto ‘Trabalho Audiovisual’, realizado pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPD), foram concluídas nesta quinta-feira, 20. O projeto, que está na segunda edição, é fruto de uma parceria intersetorial firmada entre a Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), a Fundação Municipal de Formação Para o Trabalho (Fundat), a Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec) e a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT).

A iniciativa faz parte do programa ‘Aracaju Segura’, proposta do prefeito Edvaldo Nogueira para unificar territórios, além de criar ações intersetoriais entre todas as áreas de atuação da Prefeitura de Aracaju. Segundo o coordenador de eventos do NPD, Ancelmo Amaral, a ação ‘Aracaju Segura’ vem capacitando jovens que vivem em bairros com maiores índices de violência, oportunizando conhecimentos em audiovisual e para a mudança de vida. “São cerca de 20 pessoas matriculadas no curso de ‘Como fazer vídeo documentário’ que estão adquirindo conhecimento no audiovisual de forma gratuita e, hoje, eles chegaram a etapa final desse projeto. A partir de agora esses jovens, que estão se qualificando na área, entraram na etapa de pós produção do vídeo documentário que está sob a nossa orientação”, destaca Ancelmo.

Com o sorriso largo e os olhos marejados, a estudante Maíra Ramos descreve a sensação de chegar à última etapa da produção de um vídeo documentário. “É um sonho participar desse projeto e poder ver que o que idealizamos nos primeiros dias de curso está se materializando nessa etapa, que é muito difícil por sinal: a edição. O documentário está tomando forma. O coração bate acelerado todas as vezes que vejo o vídeo e cada take novo sendo inserido”, diz.

Ainda de acordo com a estudante, o curso possibilitou que os alunos participassem de todas as etapas de um vídeo documentário. “Foram 120 horas de puro intensivo. O cronograma de atividades do curso nos trouxe uma experiência incrível, pois tivemos a parte teórica e a prática, além dos seminários promovidos pelas secretarias envolvidas”, explica. 

Já o estudante e apaixonado por audiovisual, Marcos Paulo Santos, afirma estar preparado para entrar na indústria audiovisual brasileira. “Tudo é muito difícil para quem mora na periferia. Não ache que não temos sonhos, sim, temos e muitos. Porém, com ações como esta entre a Funcaju e as outras secretarias, através da Prefeitura, tudo torna-se mais fácil. É a realização de um sonho. É lindo de ver seu trabalho ganhando vida”.

Marcos Paulo ainda cita que está realizando um sonho que persiste há muitos anos. “Sempre estive envolvido com o audiovisual. Cheguei a fazer alguns freelas em algumas produções e, com esse curso, tudo ficou mais claro, permitindo nos qualificar unindo a teoria e a prática, além de nos prepara para o mercado de trabalho. Ser aluno desse curso me trouxe conhecimento e sabedoria, aliada a minha expertise da área. Posso dizer que estou pronto”.

O professor Vinícius Leite diz que está sendo uma alegria imensa participar da segunda turma do curso ‘Como fazer vídeo documentário’, que possibilita a nova geração de produtores de audiovisual sergipano escondidos na periferia. “Este projeto é de extrema importância para a indústria audiovisual. Além de ser uma opção de geração de renda para esses jovens profissionais. Pois, eles são privilegiados em participar de uma ação como esta e chegar até essa etapa que podemos dizer que é um fim de um ciclo de produção de um vídeo documentário”.

Segundo a coordenadora do NPD, Graziele Ferreira, em cada curso foi escolhida uma temática. “A gente estimula também a reflexão dos nossos problemas e potencialidades. Não deixamos livre, porque entendemos que como fazemos parte da Fundação de Cultural da Cidade de Aracaju, não se trata apenas de um curso de capacitação técnica. Não é eles entenderem como operar os equipamentos envolvidos na produção de um vídeo, pois não é apenas operacional”.

Graziele afirma que “existe uma preocupação com a formação cidadã, cultural e, por isso, levantamos temáticas que tenham a ver com a nossa realidade. Para este curso escolhemos o tema Feminicídio”. As aulas dos cursos do projeto ‘Trabalho Audiovisual’ finalizaram, porém os alunos iniciam agora o processo de edição e, no próximo mês, receberão os certificados.