O processo de aprendizagem para os alunos da rede municipal de Aracaju não está restrito às salas de aula. O entendimento da Prefeitura, através da Secretaria Municipal da Educação (Semed), é que o conhecimento também é adquirido ao expor as crianças à cidade, mostrando toda sua diversidade. Por isso, entre os dias 22 e 25 de outubro, elas estão participando do Festival Internacional de Cinema Infantil (Fici).
O Fici está na sua 16ª edição e conta com uma programação variada para crianças a partir de quatro anos. As sessões ocorrem em um shopping da capital desde o dia 19 e prosseguirão até 28 de outubro. “O Fici engloba o projeto ‘A Tela na Sala de Aula’, que beneficia mais de 13 mil crianças da rede pública, do interior e da capital. O objetivo é democratizar o acesso à sétima arte, estimular esse contato com o ambiente do cinema de maneira lúdica e promover uma fruição audiovisual pedagógica e didática”, explica a produtora Deyse Rocha.
No total, cerca de 100 filmes, de 26 nacionalidades, estão sendo exibidos, curtas e longas-metragens. Em comum possuem o tema infantojuvenil e a possibilidade de serem trabalhados de maneira didática. As películas exibidas gratuitamente no projeto “A Tela em Sala de Aula” possuem cadernos de ideias, que podem ser acessados no site do festival, com indicações de desdobramentos pedagógicos para trabalho nas escolas.
A iniciativa permite a abertura de novas oportunidades, tanto para quem ensina quanto para quem aprende. “A grande maioria deles está tendo o primeiro contato com o cinema, o que é marcante para todos os envolvidos. Nós fizemos um projeto na escola voltado ao cinema infantil brasileiro, pois eles estão sendo expostos a vídeos do Youtube, mas precisam reconhecer essa outra linguagem, sobretudo para entenderem que existe um mundo além da comunidade em que eles moram”, ressalta a coordenadora da Emei Júlio Prado Vasconcelos, Jéssica Marinho.
Ainda que ir ao cinema pareça algo simples, é importante compreender a realidade social à qual a maioria das crianças da rede municipal de ensino estão submetidas. Em um mundo em que os eventos culturais são vistos como luxo, um dia como esse ganha ainda mais relevância. “É uma oportunidade para que essas crianças tenham acesso aos meios culturais. Se a Prefeitura não fizer esse tipo de ação, muitas delas não teriam contato com esse tipo de atividade. Acredito que seja uma forma de democratizar o conhecimento”, defende a professora na Emef Florentino Menezes , Elza Cristina Carneiro.
Lurdes Laís Santos, 11 anos, é um dos exemplos citados por Elza. Ela é aluna na Florentino Menezes, localizada na Zona de Expansão da capital. “Eu não venho muito no cinema, por isso estou muito empolgada. Eu acho que o filme vai ser muito divertido e vai ajudar a gente a aprender coisas novas. Também vai ser legal conhecer os alunos das outras escolas”,afirma.
Mostrar a cidade onde moram, apontando suas peculiaridades e características geográficas e sociais, também faz parte do processo de enriquecimento cultural. “Uma ação como essa é muito importante para expor as crianças à diversidade. O próprio fato de sair do ambiente escolar, mostrando uma realidade diferente do cotidiano deles, já é por si uma aula”, garante a professora na Emef Papa João Paulo II, Maria Gilma Correia.