A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realizou na manhã desta quarta-feira, 24, no auditório do Colégio Presidente Vargas, localizado no Siqueira Campos, um seminário voltado para a discussão da sífilis congênita.
O evento teve como objetivo estimular a participação dos profissionais, gestores e estudantes de saúde nas atividades, capacitando-os para a importância do diagnóstico precoce, do tratamento adequado da Sífilis na gestante durante o pré-natal, e em ambos os sexos em qualquer fase da vida.
Com o tema central “Sífilis Congênita: Um desafio Contemporâneo”, a capacitação foi realizada através do Programa Municipal IST/Aids e Hepatites Virais e reuniu diversos profissionais num ciclo de palestras sobre o assunto. O evento é alusivo ao Dia Nacional do Combate à Sífilis, celebrado sempre no terceiro sábado do mês de outubro.
A doença, que é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), é causada pela bactéria Trepona pallidium e pode ser transmitida através de relação sexual sem proteção ou da mãe para o bebê durante a gestação.
Prevenção e diagnóstico
“Estamos realizando ações estratégicas como as de hoje, focando na sífilis congênita, bem como incentivando a realização do teste rápido nas unidades de saúde, com o maior envolvimento das equipes. isso porque, através dos dados epidemiológicos de Aracaju nos últimos cinco anos, se observa o aumento constante do número de casos de Sífilis em gestantes, congênita e adquirida”, enfatizou a palestrante e técnica do Programa Municipal IST, Marília Uchôa.
O diagnóstico da doença pode ser feito através de teste rápido, disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e também no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), no Cemar do bairro Siqueira Campos. O médico infectologista e também palestrante, Marcos Aurélio Goes, explicou como funciona o exame.
“O exame consiste na coleta de sangue através de um pequeno furo no dedo e o resultado sai em 20 minutos. Se a bactéria for detectada, o paciente inicia imediatamente o tratamento à base de penicilina benzantina, que é o antibiótico mais eficaz na cura da sífilis”, ressaltou.
Gestantes
Durante o pré-natal, a gestante pode detectar a sífilis em três momentos: com o teste rápido, durante a primeira consulta; durante o pacote de exames do segundo trimestre da gestação; ou ainda no pacote de exames realizado no final da gestação.
“A sífilis é uma doença que tem cura, o tratamento é eficaz. O grande problema é que na maioria das vezes as pessoas não dão importância, e quando vão descobrir que tem sífilis é quando a mulher está gestante. E muitas vezes ela não consegue fazer o tratamento porque começa o pré-natal tardiamente ou não realiza, e passa para o bebê, o que chamamos de transmissão vertical", explica o médico PSF e um dos palestrantes, André Baião.
O enfermeiro da UBS Celso Daniel, Mouriso Ribeiro Junior, que participou do ciclo de palestras, destacou a importância da atividade e acrescenta que ações de educação em saúde fortalecem a política de prevenção. “A cada intervenção e atividades como as de hoje, são formados mais multiplicadores que passam o conhecimento adiante para amigos, familiares e colegas da Unidade”, afirmou.
Sobre a Sífilis
A sífilis é categorizada em três fases. Na primária, pode aparecer uma pequena ferida no órgão sexual, chamada de cancro duro, que não dói, não coça e não tem cheiro. Se nada for feito, a ferida desaparece em cinco dias e a doença evolui para a fase secundária, onde podem aparecer feridas na palma da mão e na planta do pé, além de queda de cabelo. Na fase terciária, se não tratada, a pessoa pode apresentar problemas cerebrais e cardíacos, podendo levar a óbito.
O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis congênita.
