Assistência promove roda de conversa sobre a condição da mulher na sociedade

Assistência Social e Cidadania
25/10/2018 18h08

A Secretaria Municipal da Assistência Social, através do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Terezinha Meira, reuniu, nesta quinta-feira, 25, o grupo intitulado ‘Mulheres da Olaria’ para discutir sobre a condição da mulher na sociedade brasileira. O evento, que aconteceu no auditório do Centro Artes e Esportes Unificados (CEU) da Olaria, recebeu o apoio da Diretoria de Direitos Humanos da Assistência Social e da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat), e teve como objetivo fomentar o debate entre as participantes sobre os diversos aspectos de desigualdade social que inclui o indivíduo feminino.

O encontro tornou-se um espaço para olhar de uma maneira ainda mais especial para o ser mulher. Na oportunidade, foram discutidos os contextos sociais nos quais as mulheres estão inseridas: seja na condição enquanto mães, companheiras, orientação sexual ou mercado de trabalho. Para a psicóloga do Cras Terezinha Meira, Jéssica Dias, a ocasião serve para promover a reflexão e a autonomia das mulheres que compõem o grupo.  “A proposta do encontro é reunir mulher que consigam estabelecer a sua presença no grupo como um ato terapêutico em um lugar de espaço, de escuta, de fala, de aprendizado e de desenvolvimento mútuo”, disse.

Um dos temas relacionados à desigualdade social entre as mulheres e que esteve presente nas discussões foi a influência do racismo na comunidade. Maria Auxiliadora é dona de casa e faz parte do grupo que é ligado ao Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif). Ela conta que se identificou com a abordagem por ter sofrido muito pela cor da sua pele. “Fui vítima do racismo dentro da minha família. Eu casei com um rapaz branco dos olhos azuis. A sua mãe, por sua vez, não gostava de mim e fazia questão de reforçar isso. Tudo porque sou negra. Mas, o que ela acabava esquecendo era que eu era e sou o motivo da felicidade do meu marido. Eu sofri muito. Acredito que essa conversa acalma mais e nos faz enxergar muitas coisas”, pontua.

A diretora de Direitos Humanos, Lídia Anjos, foi uma das responsáveis pela condução da atividade. Para Lídia, essas conversas são importantes para tornar a mulher cada vez mais presente nas decisões nos âmbitos pessoal e social. “Fazemos com essas mulheres saiam de casa e participem de espaços políticos de discussões. Político no sentido de fazer com que elas tomem decisões conscientes sobre a sua realidade, que envolve o contexto de moradia, do território, dos conflitos que elas vivenciam para que possam ser participativas no processo de solução dos diversos problemas que as envolvem”, destaca.

A Fundat, por meio da Diretoria de Empreendedorismo e Cooperativismo (Direc) e da Agência do Trabalhador, participou da roda de conversa para falar sobre a mulher no mercado de trabalho. No espaço a equipe ressaltou o trabalho que a Prefeitura vem desenvolvendo com o intuito preencher as vagas de trabalho ofertadas com mulheres em situação de vulnerabilidade atendidas pelos Centros de Referência da Assistência Social. “Atualmente estamos com dois núcleos de apoio: um na rua Pacatuba e o outro no shopping RioMar. Apresentamos o nosso portfólio de cursos, os nossos serviços de encaminhamento para o mercado de trabalho, falamos um pouco sobre o cadastro de currículos e das parcerias que temos firmado com algumas empresas. A Prefeitura de uma maneira integrada tem se preocupado bastante em olhar de uma forma mais crítica e social para essas pessoas atendidas pelos Cras, porque entendemos que elas, realmente, necessitam ocupar um espaço no mercado”, ressalta a assistente da Direc, Bárbara Toledo.