A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) tem reforçado a importância dos tratamentos fitoterápicos dentro das Políticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS). Através da Unidade Básica (UBS) Francisco Fonseca, no bairro 18 do Forte, o município cultiva um espaço verde, onde podem ser encontrados vários tipos de ervas que ajudam na promoção da saúde das pessoas.
De acordo com a funcionária aposentada da UBS Francisco Fonseca, Valdice Maria Santos, quando a unidade passou a funcionar no atual local, em 2002, existia uma área inutilizada no fundo, que ganhou uma nova função. “Eu limpei, cavei e plantei pé de hortelã, alfavaca, capim santo, boldo, citronela, pinha, goiaba, acerola, pitanga, manga, caju, tamarindo, abacate e hoje tudo dá. Plantei até pau-brasil e quarana, que serve para matar pulga de cachorro. E as pessoas vinham aqui pegar. Aqui ficou uma farmácia viva”, contou.
A área foi revitalizada este ano pelos alunos do curso de extensão em Fitoterapia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em parceria com o Movimento Popular de Saúde (Mops), como trabalho de conclusão de curso (TCC).
“Fizemos uma irrigação com mangueira perfurada coberta com garrafas pet e plantamos mais ervas medicinais. Hoje existem mais de 40 tipos de plantas, mas é um terreno acidentado e existem algumas dificuldades como o acesso, por exemplo, gostaríamos que o projeto nesta área continuasse, pois acreditamos que é muito bom para as pessoas da comunidade”, esclareceu a terapeuta holística, Clécia Gonçalves, que estava acompanhada do químico Luciano Barros, os dois são alunos do curso de extensão.
Em setembro, os alunos realizaram uma oficina fitoterápica para os agentes comunitários de saúde da UBS para que possam orientar as pessoas sobre a importância do uso de plantas medicinais e aconselhar sobre a cautela no consumo dos chás. Em novembro, eles fizeram um seminário sobre práticas integrativas e plantas medicinais para a comunidade do 18 do Forte.
Reconhecimento
O Ministério da Saúde (MS) reconheceu o valor da medicina alternativa e criou, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS). De acordo com política, a fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.
O uso de plantas medicinais na arte de curar é uma forma de tratamento de origens muito antigas, relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada no acúmulo de informações por sucessivas gerações. Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diferentes doenças.
O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento dessa terapêutica, como a maior diversidade vegetal do mundo, ampla sociodiversidade, uso de plantas medicinais vinculado ao conhecimento tradicional e tecnologia para validar cientificamente esse conhecimento.
O interesse popular e institucional vem crescendo no sentido de fortalecer a fitoterapia no SUS. A partir da década de 80, diversos documentos foram elaborados, enfatizando a introdução de plantas medicinais e fitoterápicas na atenção básica no sistema público.
