Alunos da rede municipal de ensino participam da 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos

Imagens na tela, cadeiras preenchidas e reflexão garantida. A tarde na sala de exibição do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPD) Orlando Vieira, localizado no Centro Cultural de Aracaju (CCA), na praça General Valadão foi marcada pela 12° Mostra de Cinema de Direitos Humanos. Alunos de várias escolas da rede municipal de ensino de Aracaju puderem assistir aos filmes ‘Uma Bala’, ‘Nomes Que Importam’ e ‘Repense o Elogio’. 

 

O aluno do 5º ano, Paulo Henrique Santos Neves, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Tenisson Ribeiro, localizada no bairro Aruana, aproveitou bastante o evento. Para ele, as pessoas precisam refletir mais sobre o respeito. “Eu achei interessante, pois falou sobre machismo. Tem muito homem que se sente mais que a mulher e não pode ser assim. Os dois têm direitos e deveres iguais. O respeito tem que ser para todos”, afirmou.

 

Quem também estava empolgado com a 12ª Mostra de Cinema de Direitos Humanos foi o aluno Andrey Santos Moura, de 12 anos de idade. “A gente gostou muito de participar do cinema. O filme falava que a mulher e o homem precisam fazer as coisas dentro de casa, da mesma forma. Um pode ajudar o outro no serviço. Tem muito homem que acha é dever apenas da mulher arrumar o banheiro e a cozinha”, colocou. 

 

A estudante Samara Kemilly Tavares Alves, 10 anos de idade, estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Presidente Vargas. A mostra fez a aluna voltar no tempo e perceber que não pode existir o preconceito. “Quando eu era criança brincava com os meninos de bola e quando eu não conseguia fazer o gol eles mangavam de mim. Eu dizia a minha mãe que queria ser menino, pois ficava triste quando riam de mim. Hoje, vejo que eles estavam errados e que não deviam ter feito isso”, contou. 

 

Para a professora da Emef Tenisson Ribeiro, Angie Azevedo, a Mostra tem um papel importante na construção da identidade dos alunos. “A mostra trabalha temas transversais e isso é bastante enriquecedor. O aluno tem a oportunidade de se ver, de ver as próprias angústias, de perceber como ele se vê no mundo, como ele enxerga o outro e como ele se entende enquanto ser humano. Até então, ele era visto na escola como aluno e na mostra, ele é colocado em um universo mais amplo”, explicou. 

 

 

A Mostra é uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), com realização do Instituto Cultura em Movimento (ICEM), em parceria com a Prefeitura de Aracaju, por meio da  Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) e da Secretaria Municipal da Educação (Semed). A parceria entre a Semed e a produção local da Mostra Cinema e Direitos Humanos começou no ano passado. Na oportunidade,  mais de 1300 alunos e 40 professores da rede municipal de ensino foram contemplados. “Expandimos essa parceria. Este ano, 34 escolas foram contempladas, perfazendo um total aproximado de 1500 estudantes e mais de 70 professores. Dessa maneira, profissionais da educação e escolares estão compreendendo o que e quais são os direitos humanos, bem como a sua centralidade nos debates sobre o Brasil atual”, destacou a coordenadora de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped), Maíra Ielena. 

Ainda de acordo com a coordenadora, a programação do evento faz parte da celebração alusiva aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “A mostra possibilita a construção de uma educação de qualidade, preocupada não apenas em ministrar os conteúdos tradicionais das disciplinas escolares, mas também com a relação entre esses conteúdos e os contextos nacional, local e mundial. Desse modo, temos uma educação intrinsecamente relacionada com a realidade social”, pontuou.