Grito de Carnaval aquece foliões com forró, música eletrônica e marchinhas

Cultura
27/02/2019 23h56


As reproduções na mesa de mixagem ecoaram fortemente mais uma vez, neste mês de fevereiro, da sacada do Centro Cultural de Aracaju para a Praça General Valadão, aquecendo os foliões para a época mais animada do ano. A festa, que dá início a folia carnavalesca, aconteceu na noite de quarta-feira, 27, e integra o projeto ‘Ocupe de Verão: Sacada Eletrônica’, realizado pela Prefeitura de Aracaju, através do Núcleo de Produção Digital (NPD) Orlando Vieira, unidade vinculada à Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). 

Intitulado ‘Grito de Carnaval: Vou Ocupar Seu Coração’, o carnaval da diversidade cultural trouxe música eletrônica e o autêntico forró pé-de-serra. E, entre os múltiplos ritmos, arranjos, misturas, trios, típicos da folia momesca, aracajuanos e turistas “abriram alas” e se renderam ao som inconfundível dos DJs D’Gordo, Ruarez, Mavi e, notadamente, as eloquentes fantasias de temáticas atuais contemporâneas demarcaram o colorido e a criatividade na  festa. 

A tradicional Marinete do Forró foi quem trouxe os turistas e os músicos forrozeiros, e se integrou a programação da última edição do Ocupe de Verão.  “A proposta de misturar o carnaval, forró e música eletrônica foi primeiramente pensado como uma opção diferente para a população aracajuana. O carnaval de rua envolve cidadania e, por isso,  agregamos o forró que tem tudo a ver com nossa sergipanidade. E é importante frisar que a missão Ocupe de Verão é elevar, através da cultura, a autoestima e nada mais coerente trazer a essência da festa carnavalesca para a nossa cidade”, ressaltou a coordenadora do NPD, Graziele Ferreira. 

Segundo Cássio Murilo, presidente da Funcaju, o projeto parte de uma tema voltado a diversidade cultural e do pressuposto de ser essencial para um território. “É preciso culturalmente ocupar o espaço disponível da cidade, tanto na  condição de cidadãos, como gestores. Isso torna a cidade viva, porque ela não se resume a amontoados de pessoas, mais sim um  lugar onde as pessoas vivem, trabalham, estudam. Enfim, isso acrescenta uma ideia de unidade e identidade  nos  aracajuanos”.  

O repertório do ‘Grito do Carnaval’ foi marcado pela construção de um produto musical, fruto da Residência Artística, abrangendo diversos estilos dos DJs contemplados. Tudo isso atrelado aos ritmos comuns do carnaval, como as marchinhas e a participação de canções  épicas da história do forró nordestino, a exemplo do ‘Sergipe é o país do forró, Asa branca, dentre outras. 

O produtor musical, cantor e compositor Eduardo Montezuma, afirmou que o carnaval é uma mistura de povos e ritmos e afirma que esse foi o intuito desde do início dos trabalhos. “O Grito de Carnaval surgiu de uma residência artística feita nesses últimos dois meses pelo NPD e contou com a troca de experiências entre os DJs, além das apresentações individuais e vertentes, para que no final pudéssemos carnavalizar o repertório deles”, contou o coordenador da residência e também DJ consagrado sergipano,  Montezuma. 

A DJ Mavi, animada com todo o processo de produção do setlist, relatou que foi um bom momento de troca de experiências. “Consegui adquirir muito das  vertentes e características profissionais dos rapazes, mas confesso que também pensei que não iria ser difícil agregar tanto. No final das contas estavam todos de braços abertos para mim, principalmente com relação à produção, área em que eu não tinha ligação. O produto final foi maravilhoso, com a participação de Isis Broken e da Marinete do Forró”, destacou.

Natural de Alagoas, Tiago de Carvalho passeou pela primeira vez com Marinete do Forró ao som do tradicional trio pé-de-serra. Para ele, foi muito bom, mas a surpresa maior foi a linda festa da diversidade realizada em frente ao Centro Cultural de Aracaju. “Particularmente, eu achei esse evento diferente, uma vez que na  época carnavalesca somente se ouve o frevo, axé, mas  aqui na praça rolou um mix de tudo, e ainda com forró, que não foge da essência aracajuana”, comentou o turista.  

Taysa Nascimento, ex-aluna do NPD, falou sobre as várias experiências com o projeto ‘Ocupe à Praça’ que ela conhece muito bem e participa constantemente. “É maravilhoso! Sempre venho,  pois é uma iniciativa muito boa. Esse lugar possui uma energia muito bacana e o fato de meu gosto ser bem eclético em relação às músicas , casou perfeito com a programação desta noite”, finalizou.