Prefeitura realiza formação para alunos eleitos como representantes de turmas

Educação
26/04/2019 17h34
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Mais de 200 estudantes que estão matriculados nos últimos anos do Ensino Fundamental de 20 escolas municipais de Aracaju participaram, na tarde desta sexta-feira, dia 26, de uma tarde de formação para os representantes de turma eleitos nas unidades no início do mês de abril. A ação faz parte do projeto ‘Educação para a Democracia’, organizado pela Secretaria Municipal da Educação (Semed), através da Coordenação de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped) e que integra as ações do Planejamento Estratégico da Prefeitura. A atividade aconteceu no auditório Antônio Vieira Neto, anexo à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Presidente Vargas, no bairro Siqueira Campos. A intenção com o projeto, que contará com outros momentos de formação, é qualificar os estudantes para que eles participem de forma proativa no cotidiano da escola.

“Nós desejamos desde o ano passado iniciar essa formação, para incentivar que esses meninos e meninas sejam vigilantes do projeto escolar; mais do que isso, que eles contribuam decisivamente para a organização e o disciplinamento do espaço escolar. Então, acho que essa é a grande intenção: contribuir com a formação no sentido de torná-los cidadãos ainda mais capacitados para ressignificar o espaço escolar, o espaço da sala de aula, discutindo temas como patrimônio e também as relações interpessoais”, destacou o diretor de Educação Básica, professor Manuel Alves do Prado Neto.

De acordo com a coordenadora do Coped, Maíra Ielena Nascimento, a adesão ao projeto este ano foi motivo de pura felicidade. “Nós, enquanto Secretaria, estamos muito felizes. Primeiro pelas escolas terem se empenhado bastante na realização das eleições, afinal, este é um projeto que parte da Semed, mas que são as escolas que realizam internamente. Então, o empenho não é só nosso, é também de cada unidade de ensino. E agora com esses meninos e essas meninas já eleitos e eleitas nós pensamos em como vamos utilizar essa mão de obra, essa inventividade, essa criatividade, esse impulso juvenil para modificar o ambiente escolar. O certo é que a visão que o aluno tem da escola não é a mesma que o professor tem. Por isso queremos é mobilizar esses estudantes para que eles pensem, de fato, em como modificar essa escola a partir de quais critérios. Queremos descobrir qual a ‘escola dos sonhos’ desses alunos e alunas, e vamos fazer isso através de um Diagnóstico Rápido Participativo, uma dinâmica que é chamada ‘Árvore dos Sonhos’. Como é essa escola dos sonhos? E como vamos construí-la? E vale lembrar que todo e qualquer sonho tem pedras no meio do caminho. Assim, vamos pensar quais os possíveis empecilhos e vamos refletir se eles são realmente grandes. Será que os estudantes podem ajudar a vencê-los? Será que a força da comunidade, já que eles que estão lá e podem mobilizar essa comunidade como ninguém, não pode transformar as unidades de ensino? Nós apostamos muito nessa ideia”, comemorou.

Coordenadora pedagógica da Emef José Conrado de Araújo, a professora Ivanilde Oliveira participou da atividade não apenas levando os alunos eleitos, como também dirigindo a dinâmica. Para ela, o impacto do envolvimento dos alunos na resolução dos problemas da escola pode ser uma força transformadora. “Eu acredito que a escola dos nossos sonhos, pelo menos dos meus sonhos, é uma instituição onde a gestão é democrática e participativa. E para ser democrática, temos que oportunizar essa participação. Então, alunos, professores, funcionários, gestores, todos precisam ser ouvidos em relação ao nosso ideal de escola, quais são os desafios que enfrentamos no dia a dia e que nos impedem de chegar a escola dos nossos sonhos? Mas não só isso, aí entra a parte do protagonismo. A partir daí devemos traçar um plano de metas sobre como superar esses desafios e chegar ao que desejamos. Também vamos identificar quem são os parceiros, quais são as suas responsabilidades, enfim, é um esforço coletivo, pois eu penso que juntos nós podemos mais, somos fortes, e dentro do que é realístico, podemos, sim, melhorar a nossa educação investindo no protagonismo juvenil e na capacidade dos nossos professores”,

Representantes

Rafael Soares Santos, 13 anos, 8º ano, é um menino tranquilo e articulado. Ele fala olhando nos olhos do interlocutor e explica claramente o que pensa. Veterano do projeto, também foi eleito representante de turma no ano passado, ele avaliou esta tarde de formação “Esse projeto é muito importante porque ele explica a razão de sermos os representantes de turmas. Porque não adianta apenas ser eleito e não ter ideia de para quê você está ali, qual o seu propósito. Então, essa formação serve exatamente para isso: nos dizer o que temos que fazer na sala de aula, nos estimular a termos ideias sobre como podemos atuar na escola, além disso, é um projeto que abre as nossas mentes para outras coisas através de dinâmicas divertidas que nos fazem pensar”, opinou.

Mais tímidas, mas não menos animadas, as alunas da Emef Carvalho Neto também opinaram sobre a experiência. “Fui eleita pela primeira vez e estou achando ótimo conhecer estudantes de outras escolas. E eu realmente acredito que a partir dessas ações, nós podemos começar a transformar nossas escolas e contribuir com as nossas ideias”, explicou Amanda do Nascimento Lima, 15 anos, aluna do 9º ano. Para Grace Gonçalves Moura, 12 anos, do 7° ano, foi bom ver tantos alunos da rede juntos. “Acredito que reunir várias escolas em um só lugar permite que a gente conheça mais a nossa realidade. E eu acredito que envolver alunos, professores e comunidade é um caminho para mudar a escola. Nós sonhamos com uma escola com mais igualdade”, destacou. Para Railane Daniele Xavier Dantas, 16 anos, 8° ano, esta é uma oportunidade dos alunos se fazerem ouvir. “Eu acho que os alunos, de uma forma geral, não são muito ouvidos na escola, por isso que temos que procurar uma forma de nos unir para buscarmos as melhorias que desejamos”, afirmou.