O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Vida celebrou nesta terça-feira, 30, 15 anos de existência. A festa aconteceu no próprio Caps, que fica localizado na rua Frei Paulo, no bairro Suíssa.
Para a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Chenya Coutinho, é muito importante comemorar os 15 anos do Caps Vida, pois ele é o único serviço voltado ao tratamento de crianças, adolescentes e jovens de até 21 anos que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas (AD).
“É um serviço que trabalha de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com o Estatuto da Juventude. A unidade atende o público infantojuvenil privado de liberdade ou que estão, de alguma maneira, judicializados, em abrigos ou instituições do Estado. Aqui, atuamos além dos muros. Levamos as ações do Caps às escolas e abrigos. Por isso temos muito o que comemorar, pois o Centro por si só já representa o avanço na política de Saúde Mental praticado hoje no país”, destacou.
A coordenadora do Caps AD Vida, Davina Góis, informou que o centro foi inaugurado 2004, durante a gestão do ex-prefeito Marcelo Déda, com o objetivo inicial de acolher e cuidar de crianças e adolescentes em sofrimento psíquico grave, em situação de violência e abuso sexual, além do uso de substâncias psicoativas.
“Mas em 2012 o perfil do Caps foi alterado focando apenas nos casos de crianças e adolescentes com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas. Em 2016, o Caps foi transformado em tipo III, passando a funcionar 24 horas. Para comemorar, temos realizado diversas atividades na última semana, como gincana com usuários, familiares e funcionários e hoje encerramos com esta festa”, informou.
Emoção
O vigilante Ewerton Soares trabalha no Caps desde a criação da unidade e disse que para ele a instituição se tornou uma grande escola. “Aprendi a gostar daqui e passei a enxergar o mundo de outra forma. Aprendi muito com os profissionais dedicados e acolhedores daqui e até mesmo com os usuários, pois vi uma vida diferente e muito difícil, tanto das famílias quanto das crianças e adolescentes. Eu criei um vínculo aqui e hoje me sinto parte deste Caps também”, frisou.
A mãe de um ex-usuário do Caps, Helenice Guimarães, conta que o Caps também acabou fazendo parte do seu cotidiano, tanto que decidiu se tornar voluntária após o tratamento do filho. “Passei por várias provações com o meu filho. Hoje ele tem 22 anos e está 90% melhor. Agradeço muito aos profissionais daqui, que foram e são muito acolhedores e carismáticos. Eles visitam os pais em casa, porque os nossos filhos precisam do tratamento, mas a família também precisa ser tratada. É por isso que nunca abandonei este lugar”, ressaltou.
Homenagens
Durante o evento foram homenageadas as pessoas que contribuíram com o Caps ao longo destes 15 anos, como a primeira coordenadora, a psiquiatra Ana Angélica Salmeron. O nome dela foi colocado na área de convivência do Centro de Atenção.
“Tenho este Caps como uma marca muito positiva e muito profunda na minha vida. É uma alegria muito grande estar recebendo esta homenagem. No início tudo era difícil, tive a sorte de trabalhar com uma equipe muito boa, pessoas que acreditaram na nova política antimanicomial. Hoje me sinto muito gratificada e emocionada”, revelou Salmeron.
Além da psiquiatra e da coordenadora Davina Góis, receberam homenagens a ex-coordenadora do Caps, a assistente social Maria Aparecida Ribeiro, que coordenou por cinco anos; a mãe de um ex-assistido pelo Caps, a senhora Helenice Guimarães Lima, representando todos os familiares que apoiam a instituição.
E representando os trabalhadores mais antigos, foram homenageados o vigilante patrimonial Ewerton Soares; a auxiliar de enfermagem Deise Maísa Santos; a enfermeira Edi Correia Neves, e os psicólogos Lívia Rocha e Jamesson Pereira Silva.
