O descarte irregular de lixo é um problema que, para ser melhorado, requer um trabalho conjunto entre a Prefeitura, moradores, empresas e turistas. Essa prática é tipificada crime ambiental e gera multas para pessoas físicas e jurídicas. É por isso que, com o intuito de solucionar esse problema, a Prefeitura Municipal de Aracaju vem realizando um trabalho de educação ambiental e revitalização de pontos de descarte irregular, tornando a população consciente e firmando seu compromisso de oferecer qualidade de vida aos aracajuanos.
Para solucionar este problema, inicialmente foi feito um levantamento de todos os locais onde a situação do lixo era preocupante. Foram identificados dois mil pontos com problemas de desorganização na coleta ou descarte irregular. "Após a regularização do serviço de coleta, já houve uma redução drástica. No entanto, a gente ainda precisou fazer um trabalho não só de reeducação e procedimentos de metodologia, como também de paisagismo, mudar a cara daquele problema no bairro", conta o diretor de Operações da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Bruno Moraes.
Após identificar desorganizações em relação à coleta e limpeza de pontos de lixo espalhados pela cidade, a Emsurb traçou um plano para resolver o problema. O primeiro ponto que abordado foi chamar a empresa vencedora da licitação para traçar metodologias de coleta de lixo nos bairros. Em geral, no caso da coleta, o lixo doméstico e industrial é recolhido em dias específicos, e a agenda desse tipo de serviço é de conhecimento público. Portanto, o lixo só deve ir para fora da residência ou comércio no dia da coleta, de modo a evitar o acúmulo nas ruas e, também, que animais sem dono rasguem os sacos, espalhando os detritos nas vias públicas.
Com a regularização da coleta, os dois mil pontos com irregularidades foram reduzidos para 244. Mesmo com essa redução significativa, iniciou-se também um trabalho de conscientização. "Estamos conversando com a comunidade, participando de reuniões, até mesmo indo lá conversar com os moradores da rua, com os carroceiros, colocando um fiscal fixo para tentar inibir. Também fizemos a instalação de placas informando que aquela é uma prática irregular, que pode resultar em multas. Estamos limpando, acompanhando e fiscalizando, até chegar o momento em que a gente entenda que o problema foi resolvido. Caso essa resolução não aconteça, partimos para o paisagismo", relata o diretor.
O processo de revitalização dos pontos restantes, feitos através de paisagismo, já foi realizado em 77 locais. "A gente analisa qual é o solo existente no local, se esse solo está revestido com asfalto, paralelepípedo ou se é simplesmente areia. Dependendo do que seja, ou da qualidade daquele local, a gente faz um plantio em pneus. Instalamos placas alertando a população a não fazer descarte no local. Geralmente colocamos areia preta, mudas, dependendo do terreno uma arbórea. São árvores e pneus para fazer a parte de isolamento da área, com o pneu sempre cheio de areia, para evitar acúmulo de água. Há também um monitoramento quinzenal", explica.
No entanto, de acordo com Bruno Moraes, o paisagismo pode não ser a solução para todos os locais e por isso é importante a colaboração da população. "O paisagismo em alguns lugares não é o mais adequado, porque, se for calçada ou local muito próximo do fluxo de veículos, a gente tenta evitar. Porém, muitas vezes não tem como não ser a única alternativa", explica Bruno.
Todo o trabalho realizado para reduzir os pontos de lixo tem sido bastante efetivo. Mas, segundo o diretor de Operações, precisa ser contínuo e contar com o apoio da população. "É um trabalho continuado e que vem dando bons resultados. O que se tinha de lixo descartado de forma irregular agora já está menor. As pessoas já estão indo até as caixas, já estão procurando o Ecoponto. É zelando pela cidade que se gasta menos e sobram mais recursos para serem investidos em educação e saúde, por exemplo. As pessoas precisam entender que cidade limpa não é a que mais se limpa, é a que menos se suja".