Prefeitura atende mais de mil bebês por mês através do Projeto Corujinha

Agência Aracaju de Notícias
17/06/2019 07h01

A preocupação com a saúde vem mesmo antes do nascimento. Ainda na barriga da mãe, todos os cuidados são tomados para que o bebê possa nascer saudável e capaz de crescer forte e longe de doenças. Assim, a Prefeitura de Aracaju desenvolve, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o Projeto Corujinha, que tem como principal intuito garantir as principais vacinas aos recém-nascidos, mas, não somente isto, como também prestar todas as orientações necessárias às mães no pós-parto.

Vinculado ao Programa da Saúde da Criança, do Adolescente e do Jovem (PSCAJ), o projeto começou a ser desenvolvido pela Prefeitura na gestão anterior do prefeito Edvaldo Nogueira, no ano de 2010, de forma pioneira, e atua nas maternidades Nossa Senhora de Lourdes e Santa Isabel para garantir aquilo que é de direito de toda criança. “Em 2003 existia um projeto similar, com outra nomenclatura, mas, diante da alta taxa de mortalidade infantil em Aracaju, na época, a Saúde do município elaborou estratégias específicas que resultou na criação do Projeto Corujinha, que passou a intensificar a vacinação nos recém nascidos, já que, foi comprovado que, um dos itens que colabora para mortalidade infantil é, justamente, a ausências das vacinas básicas, sobretudo, nos primeiros dias de vida”, ressaltou a enfermeira, responsável técnica do PSCAJ, Ana Elisabete Silva. 

Atualmente, 16 auxiliares de enfermagem são designadas, exclusivamente, para o projeto. O atendimento nas maternidades acontece de segunda a sexta, das 7h às 13h, mas, parte da equipe trabalha em regime de plantão, atendendo, assim, de domingo a domingo, das 7h às 19h. Desta forma, são atendidas cerca de 150 crianças por semana na Nossa Senhora de Lourdes e, em média, 200 na Santa Isabel. “Ambas as maternidades são porta aberta, porém, como a Nossa Senhora de Lourdes é referência em partos de alto risco, tende a receber um número um pouco menor, mas, também específico”, explicou a referência técnica. 

De acordo com Ana Elisabete, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece as vacinas gratuitamente e o projeto facilita o acesso a essas substâncias que as protegem contra as formas mais graves de tuberculose, no caso da BCG, e contra a hepatite B. “Damos orientação sobre os imunobiológicos, a vacinação que tem que receber na maternidade e após a saída. Ao darem à luz, os bebês recebem vacinas BCG e contra a Hepatite B e, posteriormente, a partir dos dois meses tem todo o calendário vacinal que precisa ser cumprindo. Isso também é feito aqui na maternidade em termos de orientação. Por mês, são, aproximadamente, 1.400 doses de vacina aplicadas através do Corujinha e isso significa muito”, destacou. 

A referência técnica esclareceu que, ainda que o projeto seja da SMS de Aracaju, vacina crianças de outras cidades do Sergipe. “As maternidades recebem mães de todas as partes do estado, então, todos os bebês são vacinados também, sem distinção, salvo os casos em que o bebezinho não está com o peso ideal porque o Ministério da Saúde indica que receba a vacina BCG, por exemplo, os que estão acima de dois quilos”, salientou. 

Humanização 

Mesmo que o carro chefe do Projeto Corujinha seja a imunização através da vacina, ele vai além. O olhar se expande e se humaniza. Por isso, além da vacinação, é realizado ainda um trabalho de educação e promoção à saúde, acolhendo, de fato, as mães e os bebês.

“Fazemos as visitas diárias para falar sobre a vacina e realizar a aplicação, esclarecendo sobre a caderneta e tirando as dúvidas. Mas, nosso trabalho é também o de incentivar o aleitamento materno, o cuidado com o coto umbilical, entre outras informações importantes para que essas mães possam se sentir mais seguras nos primeiros meses de vida dos seus bebês. Na Nossa Senhora de Lourdes, por exemplo, recebemos muitas mães com uma realidade de vida difícil que, nem mesmo são alfabetizadas, então, fazemos a leitura das informações contidas no cartão de vacinação da criança e explicamos tudo. O nosso dia a dia nos leva a ter esse olhar mais cuidadoso, afinal, lidamos com mulheres vivendo um momento importante e delicado”, afirmou a auxiliar de enfermagem, Josefa Brasil. 

Para Josefa, o olhar precisa, realmente, enxergar além. “Muitas vezes, a maternidade recebe adolescentes, mães de primeira viagem, que não receberam apoio da família, outras que, inclusive, chegaram até a ser vítimas de algum tipo de violência, por isso, nosso trabalho não pode ser mecânico, precisa ter uma delicadeza, um cuidado a mais. Tentamos preservar a vida do bebê, mas, não podemos deixar de entender que existe ainda uma mãe que conta apenas com o nosso olhar para se sentir mais segura e cuidada”, considerou. 

É justamente nesse cuidado que mora o diferencial do Projeto Corujinha. Estefania Santos Silva, de 28 anos, deu à luz a gêmeas, uma nascida nos últimos minutos do dia 5 e a outra nos primeiros do dia 6. Mesmo já tendo outros dois filhos, a experiência das gêmeas é única e toda a orientação, segundo ela, é essencial. “O cuidado é dobrado, assim como tudo, a partir de agora. Eu já tenho experiência por ser mãe de outros dois, mas, uma gestação nunca é igual à outra, por isso, ter esse atendimento diferenciado, faz muita diferença. A gente pode tirar dúvidas, receber mais orientações. É um acolhimento, mesmo”, declarou. 

Capacitação 

Segundo Ana Elisabete, todas as 16 auxiliares que integram o projeto passam por capacitações permanentes. “Antes mesmo de integrar o projeto, a pessoa passa por um treinamento específico e toda a equipe passa por capacitações periódicas e permanentes. Todo esse serviço acontece entre o PSCAJ e também com a equipe de Imunização”, frisou.