A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), dedica um trabalho intenso ao combate das doenças causadas pelo Aedes aegypti. Além da Zica e Chikungunya, esse mosquito é vetor para quatro tipos de dengue. O mais severo é o tipo 2, já registrado em 2019, uma vez que abrange mais complicações, portanto o cuidado precisa ser ainda maior. A estratégia da administração municipal passa pela execução contínua das campanhas de informação para evitar focos, o registro de dados que facilitem uma ação direcionada e eficaz, além de indicar as atitudes necessárias para reduzir os agravantes clínicos.
Os dados obtidos até o momento, por meio do isolamento dos vírus, apontam que a maioria dos casos no município dizem respeito ao tipo 1, menos severo. No entanto, não se pode menosprezar a presença do tipo 2 que também já foi registrado, ora concomitantemente, ora isolado.
Quando se conhece como a doença se manifesta fica mais fácil combatê-la, portanto é preciso ressaltar que a dengue é dinâmica, então existe a necessidade de mais de uma avaliação, seja no mesmo dia, ou em 48 horas. Os sintomas dos tipos menos severos, 1,3 e 4 englobam febre, dor de cabeça, vômitos, diarreia, manchas na pele e, sobretudo, dor nos olhos.
O tipo 2, por sua vez, pode apresentar os mesmos indícios, mas possui particularidades, como a ampliação dos problemas, após uma aparente estabilização. “Até o quarto dia eles podem diminuir em sua incidência, no entanto, existe a possibilidade de retornarem com os sinais de alerta, como vômitos persistentes, dor abdominal, dificuldade de respirar e sonolência. Nesta circunstância é fundamental voltar à unidade de saúde o mais rápido possível, para que se realize os exames laboratoriais e dar continuidade ao tratamento”, explica a diretora de Vigilância e Atenção à Saúde, Taíse Cavalcante.
A experiência científica, através das análises das epidemias ocorridas no país nos últimos anos, permite classificar os grupos com a maior probabilidade de incidência dos sintomas mais severos, como, por exemplo, crianças menores de dois anos, idosos acima de 60 anos, gestantes, pacientes com comorbidades de doenças de base (problema cardíaco, renal, etc). Assim, a evolução do quadro acontece de forma diferente, demandando maior atenção, com o objetivo de evitar uma maior gravidade e o consequente óbito.
Em Aracaju, até o dia 13 de julho, 50,3% dos casos de dengue tipo 2 acometeram menores de 14 anos de idade, sobretudo entre 5 e 9 anos. Isso não significa dizer que há uma relação especial de propensão ao contágio nesse grupo, uma vez que não há a análise científica rigorosa para comprovar tal hipótese. Ainda assim, se faz importante que os pais saibam como se manifesta a doença, não se deixando acomodar pela aparente melhora.
Desde o final de junho, a gestão coloca em prática um Plano de Intensificação de Combate ao Mosquito Aedes Aegypti, utilizando os registros disponíveis, colhidos pelos diversos setores da SMS, na busca por eficácia e agilidade. “ A ação é direcionada de acordo com os riscos que cada bairro oferece, ou seja, as condições para focos do mosquito. Em alguns locais são depósitos de lixo, em outros, as próprias residências. Então, o trabalho é específico, lidando com cada região de acordo com os dados colhidos por nossos agentes, inclusive da própria saúde e faixa etária dos moradores”, ressalta Taíse.