Patrulha Maria da Penha leva debate sobre violência intrafamiliar a adolescentes

Defesa Social e Cidadania
07/08/2019 17h53

Por meio da campanha “Agosto Lilás”, o mês de agosto se tornou um momento dedicado à conscientização e combate à violência contra a mulher. Como parte da programação da campanha, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec) participou de uma palestra sobre o tema com o grupo de adolescentes do Cras Benjamin Alves Carvalho, no bairro Coroa do Meio.

O debate, orientado pela equipe da Patrulha Maria da Penha, da Guarda Municipal de Aracaju, ocorreu na tarde desta quarta-feira, 7, dia em que a Lei Maria da Penha, principal ferramenta de combate à violência contra a mulher no país, completou 13 anos.

Na oportunidade, crianças e adolescentes de 10 a 16 anos puderam ouvir um pouco sobre violência intrafamiliar, aquela que ocorre na própria família. Discutiu-se, também, a identificação dos tipos de violência que podem ocorrer – física, psicológica, sexual, patrimonial –, e formas de combatê-las.

De acordo com a coordenadora da Patrulha Maria da Penha, D. Oliveira, o intuito desse tipo de ação é trabalhar de forma preventiva no combate à violência. “Sempre nos colocamos à disposição para trabalhar essas temáticas, atuando na prevenção primária. Discutir violência, de uma forma geral, violência contra mulheres e meninas, e todas as relações que envolvem essas possibilidades, contribui para gerar uma cultura de paz e de bem-estar nas famílias assistidas pelo Cras”, afirma a coordenadora.

Ainda segundo a guarda, todo esse trabalho preventivo colabora na luta maior contra o feminicídio. “A questão cultural é o plano de fundo principal, então para combater o feminicídio, precisamos discutir valores. Ensinar meninos a não serem violentos, agressivos, controladores, a aceitar o término de uma relação, aceitar um ‘não’. Para combater o feminicídio, precisamos atuar na prevenção”, considera D. Oliveira.

Para a assistente social do Cras, Tatiana Macedo, a parceria desenvolvida com a GMA é fundamental no combate à violência dentro das famílias. “É um trabalho muito importante de desconstrução desse ciclo da violência, que verificamos que está cada dia mais forte. Começando a trabalhar desde cedo, com crianças e adolescentes, para tratar justamente do tema da violência dentro da família, podemos romper esse ciclo de violência que eles vivenciam”, considera a assistente social.

A adolescente F. C., de 16 anos, foi uma das jovens contempladas pela ação. Para ela, é papel do poder público continuar promovendo esse tipo de discussão. “Eu acho essa ação primordial, essencial. Deveria ter em todos os Cras e escolas. Abrir os nossos olhos é muito importante”, afirma a jovem, demonstrando imensa satisfação com a palestra.