Prefeitura realiza ações alusivas à Semana de Controle da Leishmaniose

Saúde
27/08/2019 16h12

Até a próxima sexta-feira, dia 30, a Prefeitura de Aracaju realiza, em diversos bairros da cidade, ações alusivas à Semana de Controle e Combate à Leishmaniose Visceral. Assim, por intermédio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a programação desenvolvida visa à conscientização da população sobre a doença e formas de prevenção.

As ações objetivam mobilizar e sensibilizar os profissionais de saúde e a comunidade em geral sobre a Leishmaniose Visceral, intensificando o trabalho de controle nos bairros de maior vulnerabilidade social e maior prevalência dessa doença.

As atividades acontecem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), bem como em escolas dos bairros escolhidos pela SMS, mas irão se estender também para o trabalho de campo. “Faremos palestras, exibiremos vídeos educativos, entregas de folder e realizaremos coleta de sangue canino para diagnóstico da doença. Mapearemos os ambientes propícios ao vetor e faremos o controle químico com ação de borrifação de poder residual”, explica a referência técnica (RT) de Zoonose e Arboviroses da Secretaria Municipal da Saúde, Celiângela Lima, ao detalhar como será feito o trabalho.

Dados

A Leishmaniose Visceral, popularmente conhecida como calazar, pode ser transmitida tanto para cães quanto também para humanos. Em 2018, 60 casos foram notificados, com 20 confirmações da doença, sendo os bairros Santa Maria, Santos Dumont e Olaria os mais atingidos.

“Considerando apenas o primeiro semestre de 2018, por exemplo, tivemos 31 casos notificados e 12 confirmados. Já no mesmo período deste ano, tivemos 15 casos notificados e seis confirmados. Ou seja, registramos uma queda de 48% nas notificações e 50% no número de casos confirmados, acrescentou a referência técnica.

A Leishmaniose Visceral é uma doença parasitária infecciosa não contagiosa, causada pelo protozoário Leishmania chagasi, que é transmitida através da picada de flebotomíneos infectado. Tem como fonte de infecção os reservatórios, que no ambiente urbano o principal é o cão, e no ambiente silvestre as raposas.

Transmissão

Embora seja uma doença grave, a leishmaniose não é contagiosa, só sendo transmitida através de flebotomíneos infectados, da espécie Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi, conhecidos popularmente como mosquito palha, birigui e cangalhinha.

Trata-se de um inseto bem pequeno, que possue a coloração castanho claro, e se desenvolve em ambientes úmidos e rico em matéria orgânica, apresentando maior atividade no início da manhã e fim da tarde. Uma de suas particularidades é o hábito de voar baixo, em pequenos saltos e pousar com as asas entreabertas, que difere de comportamento de outros mosquitos, e sua transmissão ocorre através da picada do inseto infectado.

De acordo com a gerente do Centro de Controle de Zoonose (CCZ), Marina Sena, este inseto se adapta facilmente ao ambiente, em temperaturas diversas e, por este motivo, a população deve estar sempre atenta à presença de acúmulo de matéria orgânica e umidade, pois são condições ideais para procriação do flebotomíneo,

“A coleta de sangue de cães em bairros com histórico de casos humanos da doença e no consultório veterinário do Centro de Controle de Zoonoses é uma rotina da equipe, ocorrendo o ano todo. Esta semana estamos também intensificando as coletas para identificar os animais positivos ainda no início, visto que muitos são assintomáticos, ou seja, não apresentam sinais clínicos da Leishmaniose Visceral”, relatou Marina.

Notificação compulsória

A doença é de notificação compulsória, cujo diagnóstico e tratamento devem ser realizados precocemente para que ocorra redução das taxas de letalidade e grau de morbidade, bem como diminuição dos riscos de transmissão, mediante o controle do reservatório e agente transmissor. O profissional de saúde deve informar à SMS, ou a própria pessoa pode informar a suspeita da doença.