Uma cidade resiliente é aquela que consegue evitar potenciais desastres e conviver bem com os problemas e os eventos adversos do dia a dia. É disso que trata o Aracaju Resiliente, um dos projetos do Planejamento Estratégico da Prefeitura de Aracaju que tem norteado ações de efeito imediato e também a longo prazo.
“É um projeto integrado mais recentemente ao Planejamento Estratégico que visa à prevenção e uma rápida resposta em caso de acidentes naturais”, define o secretário municipal da Defesa Social e Cidadania (Semdec), Luiz Fernando Almeida. Para isso, diversas ações foram pensadas e vêm sendo executadas.
Alguns exemplos são o Plano de Contingência de Chuvas, Enchentes e Deslizamentos de Terra, que a Prefeitura já disponibiliza. Mas também há as questões cotidianas, tão importantes quanto a limpeza dos canais e a desobstrução de bueiros e de vias de captação de água pluvial, por exemplo.
O projeto Aracaju Resiliente também já realizou o mapeamento de todas as áreas de risco da capital, sendo que os principais deles são inundação e deslizamento de terra. “Com esse mapeamento, a gente classifica as áreas e realiza vistorias frequentes a fim de evitar possíveis problemas”, explica. No âmbito dos equipamentos, a Secretaria adquiriu um sensor que será colocado no rio Poxim para emitir sinal sonoro quando houver chance de transbordamento e um outro aparelho para vistoriar casas com mais eficácia.
“Também estamos em processo de aquisição de um bote, já que nas últimas chuvas trabalhamos com o do Corpo de Bombeiros, que sempre nos cede, mas que também tem suas atribuições. Um bote próprio nos ajudará a atuar preventivamente”, reitera.
A Prefeitura, inclusive, se inscreveu em um projeto da Organização das Nações Unidas (ONU) de Cidades Resilientes. “Já fomos cadastrados e estamos enviando os feitos realizados pela Prefeitura, através da Defesa Civil e de outros órgãos”, afirma. O secretário reforça que tornar Aracaju resiliente é uma tarefa e um compromisso de toda a atual gestão municipal.
“A gente costuma dizer que Defesa Civil somos todos nós, e é verdade. É um trabalho integrado e que demanda a ação de toda a Prefeitura. Por isso, temos um Comitê de Gerenciamento de Crise, do qual sou o coordenador, e que reúne, sempre que necessário, todos os secretários da administração municipal”, completa.
O secretário Luiz Fernando chama a atenção para o fato de Aracaju Resiliente não ser um produto acabado, e sim uma postura, que deve ser constante. “A partir desse ponto de vista, nós já temos uma cidade resiliente, porque a Prefeitura de Aracaju adota medidas preventivas constantes, as ações têm continuidade. Agora, por exemplo, a gente está se preparando para as chuvas do ano que vem”, ressalta Luiz Fernando.
Para o secretário, ser resiliente é isso: comemorar o que já foi conquistado sem esquecer de continuar o trabalho. “E são ações muito importantes, pois não temos como controlar as chuvas, mas a população sabe que toda vez que a chuva vier forte, a Prefeitura de Aracaju estará nas ruas, trabalhando”, avalia.
Falando em população, o gestor ressalta que uma das ações do Aracaju Resiliente conta com a participação da própria comunidade, através dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudecs). Hoje, a capital já conta com oito deles e, até o final do ano, serão dez. “Eles são fundamentais, porque a população cria consciência do problema e passa a ajudar a gestão no alerta, na prevenção e na conscientização”, garante.
No futuro, o projeto será ampliado e contará, ainda, com um plano para acidentes tecnológicos, que seria um acidente de aviação, um derramamento de material químico ou biológico.
“A gente sabe que, nesses casos, teríamos uma função secundária, mas é preciso estar preparado. Um desastre de avião, por exemplo, se ocorre sobre áreas habitadas, demandará, inicialmente, o trabalho do Corpo de Bombeiros, das equipes de resgate e, só posteriormente, uma avaliação da Defesa Civil sobre os riscos das moradias. Por isso, estamos preocupados em atender também a essa demanda”, afirma Luiz Fernando.