Educadores Sociais transformam vidas nas unidades assistenciais de Aracaju

Família e Assistência Social
19/09/2019 12h28
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Nesta quinta-feira, 19, é comemorado o Dia Nacional do Educador Social, profissão pouco conhecida, mas que possui um papel transformador na vida de pessoas em situação de risco acolhidas pelas unidades da Secretaria Municipal da Assistência Social da Prefeitura de Aracaju. A data escolhida é uma homenagem ao escritor e educador Paulo Freire, nascido em 19 de setembro de 1921.

O educador social é responsável por educar crianças, adolescentes e idosos em convívio na sociedade. O seu papel é trabalhar em atenção, defesa e proteção às pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social possibilitando o acesso destas aos serviços públicos e comunitários, de modo a assegurar os direitos dos cidadãos.

Os educadores sociais atuam diretamente com esse público nos equipamentos socioassistenciais do município e desenvolvem atividades culturais, esportivas, recreativas e ressocializadoras. Para atuar como educador social não é necessário ter uma formação específica na área, sendo a profissão geralmente exercida por pedagogos, assistentes sociais, psicólogos e líderes comunitários.

De acordo com a educadora social e gerente da Média Complexidade da Proteção Social Especial da Assistência Social de Aracaju, Vanessa Garcez, os educadores sociais atuam de formas diferentes em cada unidade da rede.

"Nos Centros de Referência Especializado da Assistência Social, os Creas, o educador social possui um papel imprescindível no serviço de abordagem social. Ele é o responsável por fazer o monitoramento e a identificação de indivíduos que estão em situação de risco social e que tiveram seus direitos violados. É o primeiro profissional que vai acessar essas pessoas e identificar as demandas que esses usuários necessitam. Junto à equipe, ele traça estratégias para que aquele cidadão tenha acesso aos serviços socioassistenciais e supere a situação de risco social e pessoal", explica Vanessa.

Considerado como o irmão mais velho pelas crianças e adolescentes do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Maria Diná de Menezes, localizado no bairro 17 de Março, o educador social Adail Júnior duvidava dos amigos que lhe diziam ter talento para ensinar.

Formado em Administração e pós-graduado em Marketing, Júnior foi aprovado em um concurso público para educador social no município, em 2014, e já atuou no Abrigo Sorriso e no Creas Maria Pureza. Há quatro anos ele trabalha no Cras Maria Diná e desenvolve várias atividades com um público na faixa etária dos sete aos 17 anos.

“Como o próprio nome já diz, a educação social se dá fora da escola, é educar para o convívio em sociedade. É ensinar essas crianças e adolescentes que elas têm direitos garantidos e, principalmente, deveres a serem cumpridos. Com as oficinas, como a balé, percussão, jiu-jitsu, artes cênicas e a realização de gincanas e campeonatos de jogos, objetivamos fazer com que elas sejam inseridas na sociedade, tenham seus vínculos sociais fortalecidos e desenvolvam habilidades para se tornarem cidadãos conscientes. O papel do educador social é construir uma base sólida para aquele indivíduo, é saber ouvir suas necessidades, entender seus desejos e despertar interesses para que eles se auto reconheçam como parte da sociedade”, explica Adail.

Há oito anos, Íris Santana atua como educadora social. Atualmente, ela trabalha com o grupo de idosos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) no Cras Jardim Esperança, no bairro Inácio Barbosa. Para ela, o profissional possui relevância na sociedade porque contribui para a redução das desigualdades.

"Escolhi ser educadora social porque utilizo, através de práticas pedagógicas, uma maneira de intervir de forma positiva na vida dos indivíduos, sejam crianças, adolescentes ou idosos. Desenvolvo atividades socio- educativas que ajudam a promover a integração social dessas pessoas. Muitos idosos se sentem excluídos ou se encontram em situação de depressão e a ideia é que através da minha profissão, que atua diretamente com eles,  transforme a vida deles para melhor. É promover a redução de desigualdades, aumentar as possibilidades,  fortalecendo ainda mais os vínculos sociais", relatou.

No Cras Risoleta Neves, no bairro Cidade Nova, a pedagoga e educadora Social Catharine Valois desenvolve atividades com crianças e adolescentes com as quais aborda temas preventivos sobre drogas, bullying, empoderamento autoestima.  Ela conta que trabalhar a educação na Assistência Social foi um desafio, após também ter sido aprovada em um concurso público para educador social em Aracaju.

"Quando você trabalha a educação na escola é diferente da forma que você trabalha na Assistência. Para mim foi tudo novo. Pude contar com o apoio de uma outra educadora que me ensinou tudo sobre o funcionamento da educação social na Assistência. Com o passar dos dias, passei a me encantar mais pela minha profissão e posso dizer que hoje aprendo mais do que ensino”, destaca Catharine.

Para essa educadora do Cras Risoleta Neves, o papel do educador social é conduzir esses jovens para o melhor caminho. “Tento mostrar que eles podem e devem ir mais longe, que o futuro depende deles. Não é porque eles vivem em uma comunidade carente que pertencem àquele local. Se eu chegar aqui e fazer uma atividade que não sensibilize-os, sinto que não fiz nada. Quero que eles saiam daqui com um propósito de vida, sejam cidadãos de bem, independente da realidade social deles", contou.