Nova etapa do Ilé-Iwé fomenta troca de experiências sobre ensino da história e cultura afro-brasileira

Educação
27/09/2019 16h53

A abertura suntuosa com a ‘Orquestra de Atabaques de Sergipe’ deu o tom de como seriam as atividades na terceira etapa do ‘Ilé-Iwé – Formação Continuada em Educação para as Relações Étnico-Raciais’, curso promovido pela Prefeitura de Aracaju, por meio das coordenadorias de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped) e a de Arte e Educação (Coarte) da Secretaria Municipal da Educação (Semed). O encontro desta sexta-feira (27), realizado na Escola Superior do Ministério Público (ESPM), foi batizado de ‘Ipadé’ (união, encontro).

“Neste terceiro encontro, o grande objetivo é debater, por rede, quais são os projetos que já estão sendo desenvolvidos nas escolas ou as iniciativas que os professores sentiram-se impelidos a desenvolver nas suas unidades. Esse é o momento que vamos partilhar ideias e ver, também, como é que uma escola pode potencializar a outra, podem se visitar? Uma pode complementar a ação da outra? Para nós, isto é muito importante”, explica a coordenadora de Políticas Educacionais para a Diversidade da Semed, Maíra Ielena Nascimento.

De acordo com ela, o projeto Ilé-Iwé não foi feito na perspectiva de que a Semed de Aracaju passasse a ditar para as escolas o que elas deveriam fazer no que diz respeito ao cumprimento da Lei 10.639/2003 (que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental).
 
“Aqui, as escolas conversam entre si e debatem quais são as melhores práticas”, acrescentou Maíra. Nos grupos de trabalhos, facilitadores ajudaram na exposição de práticas desenvolvidas que visam combater o racismo e a intolerância religiosa.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Jornalista Orlando Dantas estava presente. Para o professor de História Juarez Ferreira de Oliveira, que atua na unidade, a formação é essencial. “Pra gente está sendo maravilhoso, tanto pelo conteúdo, como pela dinâmica. Nós que trabalhamos, principalmente, com público da periferia, o público negro, é de fundamental importância ter esse olhar para as populações negras e pardas, visando combater preconceitos e estimular a autoestima”, apontou.

Também participaram educadores e gestores das redes estadual e municipais de São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro, além de representantes de movimentos sociais, Ministério Público e Universidade Federal de Sergipe.
 
Para a secretária da Educação, professora Maria Cecília Tavares Leite, o projeto tem cumprido seu papel. “É através do professor que podemos construir uma escola que forme cidadãos preparados para este mundo diverso. E este terceiro módulo do Ilé-Iwé quer estimular a troca de saberes para que alcancemos isto”, declarou a secretária.