Prefeitura inova no fomento à produção audiovisual com editais afirmativos

Agência Aracaju de Notícias
17/10/2019 10h30
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A Prefeitura de Aracaju trabalha por toda a cidade, sem distinção de região ou bairro. Entretanto, os grupos mais vulneráveis são os que mais dependem do poder público para ter a dignidade garantida e, de fato, acesso aos serviços essenciais.

A partir desta perspectiva, com foco nos que mais precisam de atenção, a administração pública municipal tem atuado, desde o início da atual gestão, nos mais diversos âmbitos, incluso aí o fortalecimento de agentes culturais, que também são parte importante para o desenvolvimento socioeconômico do município.

Neste sentido, a Prefeitura, por meio do Núcleo de Produção Digital (NPD) Orlando Vieira, da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), lançou, neste ano, dois editais afirmativos que, em síntese, são uma experiência inovadora para contribuir com o enfrentamento de problemáticas sociais.

Assim, por meio da seleção para as Oficinas Livres de Audiovisual e do II Prêmio Marcelo Déda de Roteiro Audiovisual , a gestão pretende dar voz e espaço aos que foram, historicamente, de alguma maneira, marginalizados pela sociedade e, assim contribuir para a quebra de paradigmas e estereótipos.

“Quando se trata de obras, por exemplo, todo cidadão deseja que a sua região seja contemplada. O mesmo deve ser empregado para o trabalho que é desenvolvido pelo NPD, que é um equipamento público de formação audiovisual. A missão do núcleo é democratizar o acesso ao audiovisual e, em 2019, avançamos neste sentido. O NPD está para servir à população de Aracaju como um todo, não somente uma parte dela ou a uma classe”, destaca a coordenadora do NPD, Graziele Ferreira.

Em ambos editais, há critérios específicos, tanto relacionados à comissão de seleção, como ao processo seletivo, explica a coordenadora do NPD. “Nos dois editais, nos critérios da comissão, especificamos que metade dos membros deve ser mulher, cisgênero ou transexual/travesti; no mínimo um membro deve ser afro-brasileiro (a) ou negro (a); e também, ao menos um membro deve ser homem transexual ou mulher transexual/travesti. No caso dos processos seletivos, utilizamos critérios de territorialidade, ou seja, os moradores de bairros ou áreas de menor renda per capita receberão uma pontuação maior”, ressalta.

De acordo com Graziele, a ideia é fazer justiça aos que são menos favorecidos e poder ofertar a essas pessoas a oportunidade de ressignificar suas vidas. Ela explica que, também a partir do Núcleo de Produção Digital, a Prefeitura tem atuado para enfrentar o problema da interdição das mulheres ao mercado de trabalho porque, na realidade.

“Quando falamos em mulher, consideramos também as trans e travestis porque, se elas se reconhecem ou se identificam com o gênero feminino, elas são mulheres e precisamos quebrar o preconceito que ainda pulsa no mercado de trabalho. Para além disso, tem a questão da territorialidade. Utilizamos dados do Observatório Social de Aracaju para enfrentar essa questão das desigualdades. Isso é avanço na política pública porque, afinal, estamos saindo do comum, quebrando estereótipos que foram impostos ao longo do tempo”, esclarece.

Expansão do NPD

Foi também pensando nos que mais precisam que a Funcaju, junto à coordenação do NPD, decidiu expandir os serviços do Núcleo para outras regiões da cidade e, assim, descentralizar. Agora, além da sede do NPD, localizada no Centro Cultural de Aracaju, no Centro da capital, a população pode contar com os cursos e oficinas nos Centros de Arte e Esportes Unificados (CEUs) dos bairros 17 de Março e Olaria.

“Essa é a primeira vez, em 13 anos, que o NPD expande a oferta de cursos para além da sede. Com isso, o Núcleo foi reposicionado e o objetivo é trabalhar com a ideia de economia da cultura. A cultura não é apenas um elemento simbólico, mas também um vetor de desenvolvimento econômico. À medida que a gente monetariza as linguagens artísticas, aquecemos o mercado de trabalho e geramos emprego e renda. Então, quando expandimos para esses dois bairros, estamos dando oportunidade a comunidades carentes transformarem perspectivas. Essa também é um função do NPD e, mais ainda, da gestão municipal, auxiliar pessoas a melhorar de vida”, completa a coordenadora.