Direitos da população LGBTQI+ pauta ciclo de debates promovido pela Prefeitura

A Prefeitura de Aracaju realizou, nesta sexta-feira, 25, mais uma edição do ciclo de debates “Suas: Inclusão, Respeito e Diversidade”, evento destinado aos trabalhadores da Secretaria Municipal da Assistência Social, e que reuniu profissionais de todas as instituições que ofertam os serviços do Sistema Único de Assistência Social (Suas) na capital sergipana.

Em sua terceira edição, realizada no auditório da Escola Municipal Presidente Vargas, o evento teve como tema “Gênero, Diversidade Sexual e LGBTfobia: uma questão de direitos”, e objetivou promover a reflexão necessária para abraçar e diminuir as diferenças que afastam e oprimem as minorias sociais.

A convidada especial para explorar a temática e ocupar o lugar de falar foi Maria Eduarda Marques. Mulher trans e assistente social em Aracaju, onde atende especialmente pessoas transexuais e população LGBT em geral, ela faz parte da Associação Sergipana de Transgêneros (Astra).

“Para atender a essa população, é necessário compreender como se dá esse preconceito em geral. Um momento como esse é importante para tentarmos desmistificar os rótulos empregados ao longo de tantos anos de opressão e marginalização desse público”, explica Maria Eduarda.

A temática foi levantada e abordada, também, pelo assessor de assuntos LGBTQI+ da Diretoria de Direitos Humanos da Assistência Social, Marcelo Lima. “Eu vejo uma sensibilidade muito grande da gestão. Hoje, eu ocupo um espaço de privilégios, marco uma posição única na histórica em Aracaju, sou o primeiro assessor LGBTQI na história da Prefeitura Municipal da cidade”, afirma Marcelo.

É pensando na preparação dos seus servidores que a Prefeitura de Aracaju apoia e realiza ações de conscientização e reflexão social. Para o secretário da Assistência Social, Antônio Bittencourt, “todo cidadão deve estar ciente de como tratar e respeitar o outro, mas a partir do momento que um trabalhador integra um órgão público, esse esforço deve ser dobrado, o servidor deve ser protagonista das lutas contra todas as formas de preconceito e intolerância”.

Um exemplo prático é da educadora social, Kelly Silveira. “Eu saio daqui com outro olhar. Trabalho diretamente com pessoas LGBT e sei que devemos ter um cuidado necessário por toda carga já sofrida desse público. Com essas reflexões, sinto-me uma pessoa melhor, uma profissional mais preparada e isso reflete no serviço prestado a essas pessoas”, afirmou.

Iniciado no mês de setembro, o ciclo de debates é promovido pela Coordenadoria de Gestão do Trabalho da Secretaria da Assistência Social de Aracaju. A cada encontro, o evento aborda uma temática diferente que faça parte do dia a dia dos profissionais do Suas, com a perspectiva de estimular o debate e promover a reflexão visando fortalecer o serviço ofertado e torná-lo, cada vez mais, humanizado.

A próxima edição acontecerá no dia 6 de novembro, no auditório da EMEF Presidente Vargas, e abordará o “Racismo Estrutural e Institucional”.