Prefeitura reduz fila para cirurgias em Aracaju, mas não comparecimento ainda é problema

Saúde
01/11/2019 17h00

A Prefeitura está reduzindo as filas de diversos procedimentos ofertados pela Saúde de Aracaju. Esse trabalho é realizado desde o início de 2017 e, desde então, os resultados se apresentam em dezenas de filas zeradas. Mais recentemente, com a regulação das cirurgias eletivas, centenas de outros serviços estão próximos dessa realidade - destes, mais de 100 zerados. No entanto, uma a cada três pessoas que consegue marcar as cirurgias não comparece, e isso é um dos maiores problemas que ainda impedem o município de atender mais rapidamente quem realmente precisa.

De acordo com a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, apesar do grande número de pessoas que solicitam e não aparecem no dia marcado, a Secretaria da Saúde de Aracaju (SMS) viabilizou recentemente o fim da espera para de mais de 100 cirurgias. A gestora afirma que isso só foi possível porque o Núcleo de Controle, Avaliação e Regulação (Nucar) passou a regular e mapear todos os usuários que necessitam de procedimentos cirúrgicos, o que antes não era possível, já que cada profissional possuía um controle de maneira independente.

“E foi justamente para melhorar a eficiência do município nesse quesito que passamos a regular as cirurgias das instituições que possuem contrato com a SMS [que são os Hospitais do Coração; Universitário; São José; Santa Izabel; Fundação Climedi e Clínicas Oftalmológicas]. Apenas com essa mudança já é possível percebermos os primeiros resultados positivos, a exemplo do número de filas zeradas”, explicou a secretária.

Atualmente são regulados por Aracaju 275 tipos de cirurgias. Deste total, 107 procedimentos (39%) não possuem fila de espera. “E se considerarmos as filas com até 10 usuários a estatística é ainda maior. Nessa situação, temos 213 procedimentos regulados. Ou seja, após a mudança promovida pelo município, temos conseguido manter 77% das filas para cirurgias eletivas com no máximo 10 pessoas. Outro indicativo de que essa estratégia tem dado certo é o número de ouvidorias registradas. Dos 5.302 registros realizados até o dia 30 de setembro deste ano, apenas 109 [cerca de 2%] foram sobre cirurgias eletivas”, reforçou Waneska.

Neste mês de novembro, as filas das cirurgias cardíacas pediátricas e as de otorrinolaringologia serão as últimas a entrarem no sistema de regulação da SMS.

Regulação e absenteísmo
O trabalho de regulação, por meio desse monitoramento, tem reorganizado a lista de usuários e reduzido o tempo de espera de cada procedimento. Para intensificar essa ação, o Nucar atualiza de forma constante os status dos pacientes nas filas, através da estruturação de um call center e da conferência no Sistema de Internações Hospitalares (SIH) do Ministério da Saúde, do qual são extraídas informações sobre quem já passou pela cirurgia.

“Conforme vamos recebendo as solicitações, o médico regulador do Nucar avalia as prioridades de cada especialidade e encaminha para validação. É importante ressaltar que o usuário deve se dirigir à Unidade Básica de Saúde para verificar se a cirurgia foi autorizada, pois é lá que ele recebe a “chave” [código de liberação] que autoriza o procedimento no hospital contratado pela Prefeitura”, explica a coordenadora do Nucar, Tina Cabral.

Entretanto, mesmo com o aumento do controle e da transparência dessas filas, ainda existe um fator que impacta diretamente no tempo de espera e que, na maioria dos casos, depende apenas dos próprios usuários para ser resolvido: o absenteísmo.
 
Em Aracaju, o absenteísmo para as cirurgias eletivas é de aproximadamente 35%, o que significa que a cada três pessoas marcadas, uma deixa de comparecer e a vaga que poderia ser utilizada por quem ainda precisa da cirurgia é desperdiçada.

“Muitos usuários entram na fila, conseguem a autorização para o procedimento, mas não comparecem. A isso damos o nome de absenteísmo. Uma das grandes dificuldades em resolver esse problema está na falta de atualização cadastral. É de extrema importância que os próprios usuários mantenham seus endereços e contatos telefônicos atualizados nas Unidades Básicas de Saúde, pois é através dessas informações que o nosso call center entra em contato para confirmar a data e se ainda há o interesse pelo procedimento solicitado”, reforça a coordenadora.