Prefeitura trabalha prevenção e diagnóstico precoce com o Programa IST/Aids

Saúde
14/11/2019 12h30
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A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), fomenta políticas públicas para o fortalecimento da rede de atenção e linhas de cuidado no que se refere às IST, HIV/Aids e Hepatites Virais, nas 45 Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Além disso, o Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), Aids e Hepatites Virais da SMS, atua no Serviço de Atendimento Especializado às Pessoas Vivendo com HIV/Aids (SAE) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que funcionam no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), no bairro Siqueira Campos.

O Programa IST/Aids e Hepatites Virais da SMS trabalha em toda a rede do município, desenvolvendo ações de prevenção e diagnóstico precoce, a partir de palestras e campanhas educativas, oferta de insumos de prevenção (preservativos), além da unidade itinerante Previna Móvel, que realiza testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites B e C.

“Temos feito essa descentralização do diagnóstico precoce para toda a rede. Hoje já estamos descentralizados em todas as 45 UBS, nos seis CAPS, no consultório na rua, redução de danos nas nossas UPAS e o nosso serviço especializado. Também realizamos oficinas de sexualidade e identidade de gênero, em parceria com as ONGs, juntamente com o Protagonismo Juvenil e o Programa Saúde na Escola”, afirma a coordenadora do Programa IST/AIDS e Hepatites Virais, Débora Oliveira.

Ainda segundo Débora, está previsto no trabalho de prevenção a descentralização dos espaços de distribuição de insumos (preservativo masculino e feminino e gel lubrificante). “Estamos em processo de compra para descentralização em outros espaços, além da nossa rede de atenção, que seriam: rodoviárias, terminais de integração e aeroporto. Um projeto para o ano que vem”, projetou. Nós últimos três anos, foram distribuídos 5.745.823 insumos de prevenção.

De acordo com o último levantamento sobre o número de testes rápidos realizados nos últimos três anos registra-se que, desde 2017, já foram realizados no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) 40.358 testes. Em 2019, até o mês de outubro, foram feitos 12.525. Já no Previna Móvel, entre 2017 e 2019, foram realizados 41.312, sendo feitos até outubro deste ano 14.408 testes. Os números gerais de exames realizados nos últimos três anos nas duas unidades (CTA e Previna Móvel) somam 81.670 testes.

Hepatites Virais e Prevenção Combinada
“Em relação às Hepatites Virais, trabalhamos com a prevenção e diagnóstico. Os reagentes nós deixamos agendados com o próprio Hospital Universitário, que é o único serviço que faz tratamento para essas pessoas. Então, o paciente já sai com a sua consulta agendada”, explica a coordenadora do Programa IST/Aids e Hepatites Virais da SMS.

No que confere às ações de prevenção combinada e melhoria do acesso, a coordenadora cita a descentralização das profilaxias Pré e Pós-Exposição (PrEP e PEP). “Nós temos a PEP (Profilaxia Pós- Exposição), com material biológico, tanto ocupacional como sexual, nas nossas UPAS 24h. E a PrEP (Prevenção Pré- Exposição), que hoje funciona no Hospital Universitário. E nós já estamos realizando a estratégia de capacitação, para descentralizar para as nossas unidades de saúde. Essa descentralização vai acontecer para oito unidades, uma por região. Esse também é um projeto para 2020”, garante Débora Oliveira.

Resultado positivo
Em casos nos quais os testes apontam o resultado positivo, o paciente é acolhido pelo SAE, um setor vinculado à Rede de Atenção Especializada (Reae) da SMS, e é um serviço porta aberta (que não necessita de encaminhamento), referência para todo o estado de Sergipe.

“Caso esse paciente tenha um quadro mais grave e que necessite de consulta de urgência, ele é atendido no mesmo dia. Se for um paciente que está em condições de aguardar, o enfermeiro vai encaminhar os exames CD4 e carga viral. Após a entrega dos resultados, esse paciente é encaminhado para o médico para iniciar o tratamento”, explicou a gerente do SAE, Robervânia Hellstrom.

Ainda de acordo com a gerente, o paciente recebe todo o tratamento e acompanhamento no SAE, sendo assistido por uma equipe multidisciplinar com médico infectologista, infectologista pediátrico, enfermeiro, assistente social, farmacêutico, psicólogo, nutricionista e odontólogo. “Além das consultas, temos uma unidade de dispensação de medicamentos específica para esses pacientes, onde os medicamentos são liberados a cada dois meses, e o retorno com o médico acontece a cada três meses”, complementa.

Vale salientar que no caso das mulheres grávidas infectadas, o tratamento também é conduzido pelo médico infectologista levando em consideração as particularidades da gestante e do bebê. “Depois que a paciente tem o bebê, ela não pode amamentar, e o bebê vem para o SAE, para também ser acompanhado. Aqui nós disponibilizamos o leite para a alimentação da criança, e depois de um ano e cinco meses de monitoramento e exames, caso seja confirmado que a criança não foi infectada, ela é liberada”, destaca Robervânia.

Novos casos
Atualmente, o Serviço de Atendimento Especializado às Pessoas Vivendo com HIV/Aids (SAE) acolhe 4.819 pacientes em atendimento, sendo com HIV (1.928), Aids (2.699), crianças com HIV (15); crianças com Aids (31) e crianças expostas (146).

No que se refere aos casos novos confirmados, o levantamento aponta que, nos últimos três anos, o SAE identificou 1.901 pessoas infectadas, entre homens e mulheres (grávidas e não grávidas), crianças expostas e crianças com HIV. Os dados registram que foram 690 pessoas em 2017; 685 novos casos em 2018, e até setembro deste ano, já foram 526 casos.

Dispensação de medicamentos
Marta Gois, enfermeira do SAE explica que, por se tratar de um serviço porta aberta, os pacientes podem surgir por diversos encaminhamentos, inclusive vindos de outros estados. Nessas condições, a enfermeira alerta para a necessidade de apresentação do relatório de transferência, informando o diagnóstico do tratamento, todo histórico de medicações que já usou. E nos casos em que o documento não é entregue, o paciente realiza novos testes.

Sobre a dispensação dos medicamentos no serviço, a enfermeira ressalta que ela acontece no mesmo horário de funcionamento do Cemar Siqueira Campos (de segunda a sexta, das 07h às 17h), e está disponível para os pacientes a cada dois meses. Casos onde o paciente necessita de um volume maior do medicamento é necessário aviso prévio para atualização do estoque junto ao Ministério da Saúde.

“O Ministério da Saúde envia medicação suficiente para dois meses, se o paciente vai precisar para mais de 60 dias, ele é orientado a trazer o comprovante do motivo, como uma cópia da passagem, por exemplo, em casos de viagem longa”, alerta Marta.

De acordo com o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos Antirretrovirais, 4.130 pacientes ativos fazem uso de Terapia Antirretroviral (TARV), sendo 2.228 residentes de Aracaju (53,9%). Todos os pacientes têm acesso aos medicamentos de IST/IO pactuados em Colegiado Interfederativo Estadual (CIE), além de atendimento e tratamento a outras IST, independente de que município ou estado pertençam.