Prefeitura conta com a parceria da Cruz Vermelha no combate ao Aedes aegypti

Agência Aracaju de Notícias
28/11/2019 16h00

Teve início nesta quinta-feira, 28, e segue até sábado, dia 30, a primeira fase das ações da parceria entre a Prefeitura de Aracaju e Cruz Vermelha no combate ao Aedes aegypti. A parceria foi firmada pela Prefeitura de Aracaju durante a apresentação dos resultados da 6ª avaliação epidemiológica da capital sergipana, em 2019, realizada no último dia 18.

Segundo o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), Aracaju voltou a alcançar 0,9 de Índice Predial em novembro, representando uma queda superior a 64% em relação a julho, quando a cidade teve o maior pico registrado no LIRAa (2,6). No entanto, para aumentar a eficácia das ações de combate ao mosquito transmissor da dengue, da zika e da chikungunya, a Prefeitura firmou a junção de forças com a Cruz Vermelha, uma associação civil, sem fins lucrativos, de natureza filantrópica.

O objetivo do convênio é implementar atividades de conscientização e prevenção junto à população usuária do SUS de Aracaju, para que a capital continue livre de surtos e epidemias de doenças transmitidas pelo mosquito.

Desta forma, as equipes da Cruz Vermelha, junto a agentes de endemias, estão indo de porta em porta, no bairro Cidade Nova, para fortalecer as ações. A localidade foi escolhida por ter sido a que apresentou, no último LIRAa, um índice mais alto de infestação do mosquito, se comparado a outros bairros da cidade.

“Cerca de mil famílias serão cadastradas nesta primeira fase. Elas estão recebendo orientações, além de materiais de combate ao mosquito. Paralelamente, vamos realizar ações educativas em locais como escolas e praças, para reforçar os cuidados contra o Aedes. O Cidade Nova ainda é um dos bairros onde encontramos o maior número de focos e isso é preocupantes, ainda mais se levarmos em consideração que, hoje, mais de 90% dos focos do mosquito estão nas residências”, destacou o gerente do Programa Municipal de Controle do Aedes aegypti da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Jeferson Santana.

Nos três dias de ação da primeira fase, aproximadamente 100 pessoas participarão, entre agentes de endemias e voluntários da associação sem fins lucrativos.

A coordenadora da atividade da Cruz Vermelha Sergipe, Vanessa Soares, ressaltou que há uma reunião prévia a cada dia da ação para compreender a região e organizar os grupos que são divididos para fazer a abordagem de casa em casa.

“Conseguimos diversos dados com a Prefeitura e isso nos ajudou a coordenar as ações. Temos um mapa que guia as visitas e, nesta primeira fase, iremos cadastrar as famílias para facilitar o nosso acompanhamento às residências até o final dos três meses de parceria. Além disso, distribuímos um kit com um repelente, um aerosol e um repelente de tomada, como também prestamos orientações. É uma parceria importante porque fortalece as ações e, com isso, temos a possibilidade de obter resultados ainda mais positivos”, frisou Vanessa.

O funcionário público Jorge Xavier recebeu voluntário e agente de saúde em sua casa. Para ele, a ação é muito válida. “Moro com minha esposa e dois filhos e, além de ser necessário que nos cuidemos, também é preciso pensar nos outros, então, sempre prestamos atenção para não deixar água acumulada e mantemos tudo limpo. Essas ações são muito boas para ajudar a população a estar mais atenta”, disse.

Em seu dia de folga, o guarda municipal José Almeida dos Santos também recebeu a ação. “Acho muito válida e acredito que as pessoas devam contribuir mais porque o risco é real e começa pela nossa casa. O quintal da minha casa, por exemplo, é muito bem limpo e cuidado. Me preocupo porque, anos atrás, tive dengue e sei o quanto é ruim”, relatou.

A dona de casa Antônia Rita dos Santos teve dengue por duas vezes e, depois que passou pela fase, começou a se atentar mais para os cuidados dentro de casa. “Eu sempre falo com o pessoal de casa para prestar atenção para não deixar água parada. Sempre recebemos os agentes de saúde e somos bem instruídos. Agora, com a Cruz Vermelha, é bom saber que tem mais reforço”, ressaltou.

Atualmente, mais de 90% dos focos permanecem nas residências, sendo que 75% foram encontrados em reservatórios de água (como lavanderias, caixas d’água e tonéis), e o restante em outros depósitos domiciliares (como vasos e pratos de plantas, ralos, lajes, sanitários em desuso, etc). Em 2019, foram notificados 2.939 casos de dengue em Aracaju, dos quais 1552 foram confirmados, e quatro evoluíram para óbito.