Paralamas do Sucesso prometem repertório de clássicos para público do Projeto Verão 2020

Agência Aracaju de Notícias
26/01/2020 05h50

Acostumados a tocar em Aracaju desde a década de 1980, os Paralamas do Sucesso estão preparando um grande show para o Projeto Verão 2020, regado não apenas pelos clássicos da banda, mas também pelas lembranças que carregam daqui e do público que cativaram em terras aracajuanas. O evento vai ser realizado pela Prefeitura de Aracaju, com patrocínio do Ministério do Turismo, na Orla da Atalaia, nos dias 1 e 2 de fevereiro.
 
Eles se apresentarão na primeira noite do Projeto Verão, no sábado dia 1° de fevereiro, logo após as bandas The Baggios e Cordel do Fogo Encantado, e prometem um repertório baseado nos principais sucessos da carreira e na já tradicional mistura de ritmos. “Ao longo desses mais de 30 anos, a gente foi entendendo e vendo que não tem como não incluir nos repertórios as músicas que nos trouxeram até aqui”, admite Bi Ribeiro, baixista da banda.
 
A lista desses sucessos é vasta: passa por Vital E Sua Moto, lançada em 1983; Óculos e Meu Erro, de 1984; Alagados, de 1986; até os mais recentes, como Uma Brasileira, de 1995. “Essas são as que a gente tem que tocar, mas gostamos de todas. Até porque cada show é um show. A platéia é diferente, assim como nosso estado de espírito. É sempre uma aventura”, define. 
 
Embora seja lembrada como grupo de rock e SKA (gênero musical que teve a sua origem na Jamaica, no final da década de 1950), a banda sempre traz, em seus discos e shows, uma influência diversa de ritmos. “É uma coisa que sempre foi natural da nossa lavra, do nosso trabalho. Sempre pegamos coisas regionais brasileiras, da África, do Caribe, e incorporamos. Mas começamos como uma banda de rock mesmo”, afirma Bi Ribeiro.
 
“A gente gosta é de mesclar bastante, até chegar numa coisa que tem sotaque próprio”, acrescenta. E eles reconhecem que conseguiram isso. “As pessoas nos identificam, seja pela bateria, pela voz de Herbert (Viana, cantor do gripo), e isso acabou criando uma identidade. Mas isso não é uma coisa que se deva fazer, esse é apenas o nosso jeito de fazer, que acabou influenciando algumas pessoas”, admite.
 
Um dos influenciados foi Chico Science, líder da banda Nação Zumbi. “Ele costumava falar que éramos uma referência. E isso aconteceu despretensiosamente”, diz. Mas os Paralamas também sofreram influência. E uma delas veio do baixista Robbie Sheakspere (referência no reggae mundial).
 
“Eu acho que o olhar dele para a música, a forma que ele vê a musica, como ele toca o instrumento nos influenciaram. Quando ouço uma música, fico pensando em como ela foi feita, em como os instrumentos foram usados da melhor forma, e ele consegue isso, consegue usar o contrabaixo elétrico de forma ritmica e melódica ao mesmo tempo”, explica Ribeiro.
 
Todas essas influências estarão no palco do Projeto Verão junto com a banda. A inciativa, inclusive, é vista pelo baixista como algo fundamental para difundir cultura e garantir uma sociedade com mais cidadania. “Sem a ajuda do Estado, é difícil realizar coisas. Então, é muito importante esse incentivo, porque o que a gente faz também é cultura, ainda mais num projeto como esse, de graça para o povo”, analisa. 
 
O lançamento mais recente do grupo é o disco Sinais do Sim, de 2017. Segundo Ribeiro, a banda volta a se reunir esse ano para lançar outras músicas. “Estamos conversando a respeito e já decidimos retomar a parte criativa. Nós sempre demos muita importância aos discos, enquanto conjunto de canções, mas temos visto uma tendência de lançar uma música só e temos pensado nisso. Já temos algumas e não precisamos ficar esperando ter mais, mas nada há definido”, reitera. 
 
Os Paralamas já se apresentaram em Aracaju diversas vezes, inclusive em edições anteriores do Projeto Verão. “Lembro que já ficamos num hotel no Centro, ao lado de um mercado popular, um lugar muito interessante onde se vendia de tudo. Essa memória da primeira vez em Aracaju, lá pelos anos de 1985, é bastante viva, mas todas as vezes foram marcantes e muito boas”, garante.