Para garantir educação de qualidade, sobretudo para a população mais carente e que depende, principalmente, do poder público para obter serviços essenciais ao seu desenvolvimento, a Prefeitura de Aracaju envolve uma série de fatores que vão além do ensino em si, como a segurança da comunidade escolar.
Para isso, de forma planejada, a administração dispõe do serviço da Guarda Municipal de Aracaju (GMA), que atua por meio da Ronda Escolar, grupamento cujo foco único e exclusivo é atender às unidades de ensino da rede municipal da capital sergipana.
O trabalho desse grupamento é desenvolvido diariamente, mesmo nos períodos de férias escolares, objetivando realizar a ronda nas escolas municipais e em todo o entorno delas, para prevenir ocorrências e resguardar alunos, funcionários e o próprio bem público.
Por intermédio da Ronda Escolar, os guardiões coíbem tanto ações violentas ou criminosas, como também realizam um trabalho de orientação nas escolas, o que fortalece o vínculo da comunidade escolar no combate a atividades que possam gerar transtornos e reforçar o grau de vulnerabilidade nas localidades, como tráfico de drogas, vandalismo, roubo, entre outras.
Segundo o secretário municipal da Defesa Social e Cidadania, Luís Fernando Almeida, a Ronda Escolar exerce um papel fundamental para proporcionar a sensação de segurança e a segurança real das comunidades escolares.
“Também contribui para a prevenção do cometimento de delitos, como o tráfico de drogas e a aproximação de pessoas mal intencionadas em relação às crianças e aos adolescentes. Desta forma, o trabalho executado pela Guarda Municipal é de grande importância junto às escolas municipais. É um trabalho que proporciona maior tranquilidade aos pais e aos moradores do entorno das unidades de ensino”, explica o secretário.
O coordenador-geral da GMA, subinspetor Fernando Mendonça, destaca que o grupamento possui duas viaturas que circulam durante todo o dia, a partir de um planejamento prévio. “Foi realizado um estudo técnico que apontou quais as escolas com os maiores índices de incidentes envolvendo ações criminosas ou de cunho violento. A partir dele, dividimos as 74 escolas em cinco setores, de acordo com o grau de vulnerabilidade e a ronda acontece conforme a demanda de cada uma delas, ou seja, se existe maior movimentação à noite, a ronda passa à noite, e assim por diante”, afirma.
Para que os guardiões possam fazer parte da Ronda Escolar, eles passam por uma capacitação. “O atendimento à escola é diferenciado porque se trata de crianças envolvidas, o que exige um cuidado, um trato maior. Existe uma capacitação específica para lidar com o tipo de público, mas, não deixa de lidar com outro tipo de público, quando houver necessidade. Os guardas têm uma interação muito grande com as crianças das escolas, de forma que a visita da Guarda seja para ajudar, colaborar”, frisa o coordenador-geral.
Com o desenvolvimento da Ronda e a boa receptividade da comunidade, a GMA já está traçando outras metas para o atendimento às escolas. “Há um ano e meio, estamos treinando o nosso cachorro para que ele possa nos auxiliar no trabalho. Infelizmente, temos, ainda, muitos dados relacionados a tráfico de drogas nas proximidades de escolas, e o cachorro vem para contribuir, para coibir esse tipo de ação que, antes de tudo, pode acabar com a infância das crianças e estimular outras práticas criminosas”, destaca Fernando Mendonça.
Videomonitoramento
O trabalho ostensivo conta, ainda, com outro auxílio: o videomonitoramento. Instaladas em pontos estratégicos das escolas, as câmeras ajudam os guardas a monitorarem as unidades escolares. Esses equipamentos trabalham de forma integrada com outros sistemas de segurança, a exemplo da Central de Monitoramento da GMA, tablets dentro das viaturas e a Base Comunitária de Videomonitoramento (BCVM).
Para inibir as ações de criminosos, o sistema de alarme é interligado às câmeras de videomonitoramento. Quando é detectado um possível arrombamento no local, as imagens são enviadas diretamente para a Central de Monitoramento da GMA e para os tablets instalados nas viaturas com o disparo do alarme. A direção de cada escola também recebe o aviso, através de um aplicativo instalado nos aparelhos celulares.
“Até o momento, o sistema de videomonitoramento foi instalado em 33 das 74 escolas da rede municipal e, nas que existe a presença das câmeras, o trabalho se tornou ainda mais abrangente, já que, agora, contamos com ‘olhos’ a mais para a segurança desses locais e para a comunidade como um todo”, afirma o coordenador na GMA.
Mais tranquilidade
Localizada no bairro Santa Maria, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) João Batista Douglas de Souza já sofreu alguns arrombamentos e roubos, motivo que levava a comunidade escolar a estar, constantemente, apreensiva. Ela foi a primeira escola a receber o sistema de videomonitoramento e, todos os dias, a Ronda Escolar se faz presente.
“Foi algo que veio para nos tranquilizar muito porque o maior receio, quando aconteciam os roubos, era o prejuízo que causava aos alunos, afinal, nosso trabalho é voltado para eles. Com a Ronda e o videomonitoramente a gente passa a sentir mais confiança e até os moradores do bairro se sentem mais protegidos”, disse a diretora da Emef, Eliene Cristina Silva.
Outra unidade que tem sentido o acolhimento e que também está situada em uma das áreas carentes de Aracaju é a Emef José Souza de Jesus, no bairro 17 de Março.
“A principal diferença é vista, inclusive, no comportamento das crianças com os guardas. Como a escola está localizada numa região que sempre sofreu com o rótulo de ser violenta, as pessoas tinham receio de chegar perto de guardas, por exemplo, o que não ocorre mais. Hoje, as crianças até abraçam os guardas que chegam e a comunidade tem, de fato, passou a ter mais segurança e se sentir protegida. Isso tudo reflete no desempenho dos alunos em sala, com toda certeza”, pontuou o diretor da unidade, Deyvis Leite.