Servidores da Assistência Social desempenham trabalho essencial durante a pandemia

Agência Aracaju de Notícias
25/04/2020 04h00

Em meio às dificuldades provocas pela pandemia de covid-19, o poder público precisa estar atento aos cidadãos em situação de vulnerabilidade social, como é o caso das pessoas em situação de rua. Para tanto, se faz necessário contar com pessoas qualificadas, que entendam bem o significado da solidariedade e do acolhimento. É isto que a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, tem feito nos locais que estão servindo de abrigo durante a quarentena, ao disponibilizar um número importante de servidores, que deixam seus familiares em casa e se revestem de coragem para cuidar de quem mais precisa.

Para acolher as pessoas em situação de rua, a administração municipal disponibiliza os prédios da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Freitas Brandão e do antigo Cras Terezinha Meira; o Estádio Sabino Ribeiro, em uma parceria com a Associação Desportiva Confiança e o Centro Espírita Laura Amazonas, que cedeu o espaço de sua sede.

Todos os espaços contam com servidores municipais, ligados majoritariamente à Assistência Social. “A situação tem dois vieses. Eu saio de casa com aquela preocupação de mãe, com receio de levar o vírus para a minha família. Mas também há um certo alívio por saber que estou cumprindo meu dever enquanto assistente social, fazendo parte de um serviço essencial, onde se procura garantir direitos, como abrigo, alimentação e saúde. Ou seja, acesso a benefícios que eles não encontrariam na rua”, explica a assistente social Alexandra Freire, que está atuando no Terezinha Meira.

A tarefa não é simples. “Nosso trabalho é de acolhida, então, enquanto agentes públicos, precisamos assumir esse compromisso. É claro que todo mundo fica com medo, mas compreendemos nossa responsabilidade enquanto serviço essencial. Se não os profissionais da política de cuidado quem olhará para as pessoas em situação de rua? Esse é um momento que pede união entre a sociedade civil e o poder público, pois apoiando uns aos outros vamos conseguir superar isso com segurança e saúde”, ressalta a coordenadora de Direitos Humanos da Assistência Social de Aracaju, Edilaine Sena, que tem acompanhado o abrigo da Freitas Brandão.     

Nos locais disponibilizados os usuários têm à disposição produtos de higiene e limpeza necessários para a segurança, assim como as três refeições essenciais diariamente. Além disso, são acompanhados de perto pelos profissionais, uma circunstância de aprendizado para todos os envolvidos.
“Mesmo preocupados e apreensivos nós sabemos que não podemos deixar os serviços essenciais pararem. Esse é um tempo importante para que a gente tenha noção do quanto as outras pessoas precisam de nós, tanto do trabalho quanto da ajuda pessoal. Eu acredito que a cada experiência  nós nos transformamos, aprendemos e conseguimos melhorar para seguir em frente”, afirma a assistente social Alessandra Meneses, que também desempenha sua função no Terezinha Meira.

A alteração das rotinas por conta do momento excepcional e o contato especial que ele demanda tem trazido também lições, como conta o responsável pelo alojamento situado no Sabino Ribeiro, assistente social Caio Andrade. “É uma experiência desafiadora, mesmo para quem trabalha há tantos anos no atendimento aos usuários, mas também muito enriquecedora. Eu acho que ficará uma lição sobre a assistência social, como ela nos torna mais humanos, nos melhora enquanto pessoas, e pode ser uma política pública eficiente e positiva”.