Prefeitura aponta relação direta entre índice de isolamento e propagação da covid-19

Saúde
15/06/2020 15h30

Após três meses desde o primeiro caso de covid-19 registrado na capital, e mesmo diante do trabalho que vem sendo desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), os números apurados nos levantamentos feitos por bairros (número de casos, e índice de isolamento social) demonstram que o isolamento social é uma das medidas mais eficazes para o controle de transmissão do vírus.

Considerando que a média de isolamento social recomendada é de 60% ou mais, de maneira exemplificada, no último boletim de casos por bairros, percebe-se que a média de isolamento deste domingo, 14, oscilou entre 30% e 50%, como registrado no bairro 13 de julho onde o índice foi de 57%, e no Marivan, o isolamento social foi de 38,2%. Vale destacar que em dias úteis a média também tem oscilado e em alguns levantamentos, com índices ainda menores.

“Ainda não é possível dizer que Aracaju está no pico, visto que nós observamos que ainda há uma instabilidade nos números. A gente observa semana a semana, e ainda não se tem um perfil de curva que pode estabelecer um critério de platô, de estabilidade, ou de decréscimo. Observamos também que há uma relação muito grande entre o número de casos e a questão do isolamento social. Então, quando se tem uma redução no índice de isolamento social, inevitavelmente, uma semana ou dez dias depois, se tem um aumento no número de casos, principalmente com necessidade de internação”, analisa a secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza.

Ainda de acordo com a secretária, cerca de 10% dos casos confirmados de covid-19 necessitam de internação. Desta forma, desde antes do primeiro caso confirmado, a capital tem ampliado a capacidade de atendimento da rede municipal de saúde para garantir a devida assistência à população aracajuana.

Nesse sentido, a Prefeitura tornou o atendimento de Unidades Básicas de Saúde exclusivo a pacientes com sintomas de síndromes gripais; contratou leitos nos hospital São José, Santa Isabel, Universitário e Nestor Piva, e estruturou leitos e contêineres no Hospital Fernando Franco, além do Hospital de Campanha (HCamp) Cleovansóstenes Pereira Aguiar, montado no Estádio João Hora de Oliveira, com capacidade para 152 leitos.

“O Governo do Estado já vem fazendo a ampliação de leitos de UTI, e o município já vem trabalhando com uma empresa terceirizada para ampliar em mais dez o quantitativo de leitos de estabilização, visto que a gente tem tido um grande número de pacientes que tem dado entrada nas urgências, com necessidade de internamento, de serem estabilizados para serem transferidos ou para um leito de enfermaria ou de UTI”, afirma Waneska.

No Hospital de Campanha já estão ativos 60 leitos, dos quais dez estão montados na ala crítica, como leitos de retaguarda da enfermaria do HCamp. “Quando o paciente está internado numa das enfermarias, caso ele agrave precisa ir para a ala crítica para ser estabilizado. Lá, após ser estabilizado, ou sai e volta pra onde estava, na enfermaria, ou quando o quadro complica é pedido uma vaga para UTI”, explica a secretária.