Hospital de Campanha completa um mês e mantém cadastro para novos profissionais

Saúde
21/06/2020 08h29

Construído a partir de um planejamento prévio da Prefeitura de Aracaju, para evitar o colapso da rede de Saúde da capital, o Hospital de Campanha Cleovansóstenes Pereira Aguiar completa o primeiro mês de funcionamento neste domingo, 21, e segue cadastrando novos profissionais com o objetivo de ampliar as equipes, possibilitando, assim, a liberação dos 152 leitos disponíveis.

A unidade tem sido responsável por manter a média de ocupação dos leitos de baixa e média complexidades abaixo de 50% e dispõe de 60 leitos em funcionamento. O cadastro deve ser realizado na sede da Secretaria Municipal, das 7h às 16h, e está disponível para médicos com CRM ativo e para aqueles que aguardam pelo exame do Revalida. 

“Nesse primeiro mês, desenvolvemos um papel importante na assistência. Pelo nosso Hospital, já passaram 128 pacientes. Desses, 70 tiveram alta. Apenas 7% necessitaram de transferência para UTI o que mostra que a Unidade tem atendido o objetivo. Temos uma grande expectativa de ampliação dos leitos com a decisão favorável de contratação de médicos brasileiros e estrangeiros sem Revalida. Fico bastante satisfeita do papel realizado e nossa meta é melhorar, ainda mais, o atendimento ofertado”, afirmou a secretária Municipal de Saúde, Waneska Barboza.

Trâmite
Waneska destacou que o início de atuação dos novos médicos seguirá trâmites burocráticos. Após a entrega da documentação, a equipe da Secretaria envia para o Conselho, o qual é responsável por emitir o CRM provisório para atuação desses profissionais. Com isso, o órgão está apto a realizar a contratação. Os médicos passarão, ainda, por treinamento realizado pelo Centro de Educação Permanente em Saúde (Ceps) em parceria com a Universidade Tiradentes. 

A contratação de profissionais das demais categorias ocorrerá de acordo com a necessidade dos serviços.

Dados
Até o último boletim, da tarde deste sábado (20), foram atendidos no HCamp 128 pacientes. Desses, 70 receberam alta, nove foram transferidos para leitos de UTI em hospitais estaduais, seis vieram a óbito e 43 permanecem internados.

A unidade hospitalar dispõe de 302 profissionais contratados que asseguram o completo tratamento dos pacientes q’ue são encaminhados. As equipes contam com Fisioterapeutas (19), Psicólogos (6), Assistentes Sociais (5), Nutricionistas (3), Farmacêuticos (20), Apoio de Rede (37), Enfermeiros (48), Técnicos em Enfermagem (101), Médicos (58), Técnico em Radiologia (2) e Técnico de Laboratório (3). 

Entre esses profissionais está a médica Ana Angélica Dantas, que há 20 anos atua como generalista e assim que soube das contratações para o Hospital de Campanha, se somou às equipes. 

“O trabalho é desgastante, mas extremamente gratificante. A gratidão no olhar de cada paciente é revigorante, pois é uma doença muito solitária e o único contato que o paciente tem é com a equipe médica. Não deixo de reforçar aqui o respaldo que temos da gestão em termos de material, equipamentos, medicamentos. O atendimento prestado é de primeira, os pacientes estão realmente sendo atendidos e conduzidos sem deixar a desejar a nenhum outro hospital. Para mim, é uma oportunidade de ajudar usando a minha profissão, prestando meu papel social, por meio de uma eterna gratidão”, destacou Ana. 

Para o médico Flávio Arcângelis, responsável pela Rede Covid-19 na capital, a experiência é única.

“Esse é o trabalho mais importante que eu já tive em minha vida, pois me dá o poder de defender aquilo que eu sempre me formei para fazer: a vida e a dignidade humana por ser um momento de maior fragilidade que é momento de doença, além de dar dignidade aos familiares”, considerou. 

O médico ainda destacou que trabalhar no Hospital de Campanha dá a oportunidade de atuar com uma equipe que une conhecimento técnico e boa prática. 

“A equipe médica é fantástica! Nós temos uma equipe médica jovem e, ao mesmo tempo em que é jovem, é muito comprometida com a vida humana e com a boa prática. Nós temos algumas lideranças importantes nessas equipes com muita experiência clínica”, elogiou Flávio, afirmando que o momento também é de muito aprendizado. 

Investimentos
Com relação à contratação dos serviços que são essenciais para o funcionamento do hospital, está a montagem do Hcamp e a aquisição de medicamentos, de equipamentos de Proteção Individual (EPIs), gerador, rede de gases, água, energia, videomonitoramento, laboratório, radiologia, esterilização de material, lavanderia, combustível e limpeza. Um valor mensal de custo de R$ 3,2 milhões.

Dos materiais e medicamentos adquiridos para garantir o funcionamento do hospital, se destacam as aquisições de monitor, aspirador, macas, ventilador pulmonar, desfibrilador, oxímetros, tábuas de reanimação, camas, macas, cadeiras, mesas, eletrocardiógrafo, raio-X e computadores. 

Traduzindo em números, por mês são investidos no HCamp R$1.813.407,05 com RH; R$ 419.087,50 para aquisição de EPI’s; R$ 376.340,92 com insumos e medicamentos; R$104.701,14 com acessórios hospitalares. Um total de R$ 2.713.536,61.