Prefeitura garante direito à moradia digna às famílias que moravam na Mangabeiras

Agência Aracaju de Notícias
27/07/2020 04h00

Para garantir moradias dignas às centenas de famílias que residiam na ocupação das Mangabeiras, no bairro 17 de Março, um direito social fundamental, a Prefeitura de Aracaju está executando um amplo projeto social que resultará na construção de um novo complexo habitacional, com 1.102 casas. Assim, além de um lar, as pessoas que viviam na ocupação terão mais qualidade de vida, em habitações seguras e com toda a infraestrutura necessária de saneamento básico.

“A preocupação da Secretaria da Assistência é justamente levar para essas pessoas dignidade, autonomia, fazer com que elas se sintam verdadeiros cidadãos. Sabemos que quem vive nessa área vive uma situação muito difícil, insalubre. As crianças ficam expostas a diversos perigos, tanto de saúde como de segurança.  A Prefeitura de Aracaju, no conjunto de suas ações, vem atuando pela garantia desses direitos”, explica a secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Passos.

Cadastradas no programa Pró-Moradia, as famílias que residiam na Mangabeiras estão sendo realocadas. Para isso, a administração municipal executa, desde segunda-feira (20), uma operação logística para garantir dignidade a essas famílias em todas as etapas do projeto.

O diretor de Direitos Humanos da Assistência Social de Aracaju, Ilzver Matos, afirma que o projeto tem sido executado com cautela, e considerando as normas que dispõem sobre o direito moradia digna. “Dentro do momento que estamos hoje na Ocupação das Mangabeiras, temos uma área de grande potencial de manutenção de áreas verdes, que está dentro do espaço de nova expansão e que deve ser pensada de forma equilibrada”, ressalta o diretor.

De acordo com Ilzver, é problemático manter pessoas vivendo em condições subumanas. Por isso, a gestão municipal está agindo para garantir os equipamentos necessários ao bem-estar de toda a comunidade.  “Isso é o que se pensa em construir a partir dessa transformação da região”, diz Ilzver Matos.

Mais conhecida como dona Antônia, Jacilda da Conceição, 55, foi uma das primeiras moradoras da Ocupação. Para ela, a conquista da casa própria é realização de um sonho. Jacilda conta que ela e sua família tiveram muitos problemas de saúde por viverem na região, e acredita que agora sua realidade irá mudar.

“Eu sou diabética e tive um problema de tuberculose devido a tanta frieza. Fiz um tratamento de seis meses. Me sinto alegre e realizada, é um sonho. Aqui é muita lama no dia a dia. Agora, muitas coisas que aconteciam não vão mais acontecer, porque terei uma moradia digna e segura, onde poderei dormir, descansar, sem preocupação com nada”, afirma dona Antônia.

A pastora Selma Maria Santos, 48, também mora na ocupação há seis anos. Atualmente, em seu barraco, vivem ela, seu esposo e dois netos. Uma das expectativas de Selma, para sua casa nova, é poder dormir tranquila, principalmente em períodos chuvosos, sem o medo de ver seu barraco se desmantelar.

“Já enfrentei muita coisa, enchente, vento, coisas que eu nem conseguia dormir, porque quando começava a ventar eu tinha medo de o barraco desabar com a gente dentro. Meus filhos pegaram muitas bactérias aqui dentro. Todos nós aqui da ocupação somos carentes e isso é muito importante. Agora será tudo novo, diferente, mal consigo imaginar, vai ser tudo mudado!”, diz esperançosa a pastora.

Ademir Pereira, 32, foi um dos primeiros residentes da ocupação a fazer o cadastro no Pró-Moradia. Aposentado, ele recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC)e mora na ocupação com seu filho de 9 anos de idade. Para ele, "chegou a hora da mudança tão sonhada".

“Eu fui um dos primeiros a fazer o cadastro, vi uma oportunidade de conseguir realizar um sonho tão desejado por muitos brasileiros de classe baixa. Estou há quase 6 anos aqui na batalha e agora chegou a hora de sair do meio da lama, da tristeza que é isso daqui. Estar em uma casa, e não em um barraco, com medo de vento e de chuva, porque a cada dia de chuva aqui, nós ficávamos apreensivos. É um sonho realizado!”, afirma Ademir.