Centro Dia realiza visitas domiciliares e fortalece vínculos com usuários

Família e Assistência Social
16/12/2020 16h49
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Em clima natalino, os profissionais do Centro Especializado Para Pessoas com Deficiência (Centro DIA), equipamento socioassistencial gerido pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, prepararam uma surpresa especial, nesta quarta-feira, 16, para os usuários assistidos pela unidade.

As visitas domiciliares realizadas em vários pontos da capital sergipana levaram alegria, música, kits natalinos e a mensagem de esperança de dias melhores. De acordo com a coordenadora do Centro DIA, Lívia Caroline Menezes, as tradicionais confraternizações que reúnem pessoas com deficiência e seus familiares não puderam ser realizadas devido à pandemia do novo coronavírus.

“Todo Natal fazemos uma grande festa ao lado de outras instituições, mas nesse ano não pudemos fazer maiores celebrações por conta do vírus. Nesse Natal, pensamos em fazer algo diferente, junto à equipe, para os usuários matarem a saudade. Visitamos cada um com alegria para receberem o amor que sentimos por eles. Entregamos também uma lembrança confeccionada à mão pelos educadores sociais que simboliza um enfeite para ser colocado na árvore de Natal e algumas guloseimas”, explica Lívia.

As pessoas com deficiência pertencem ao grupo de risco da doença, por esse motivo, as equipes promoveram uma confraternização diferenciada. Medida necessária para evitar a transmissão da covid-19, o distanciamento social não provocou a interrupção das atividades desenvolvidas pela Prefeitura com os usuários assistidos pelos equipamentos socioassistenciais do Município.

Desde a confirmação do primeiro caso do coronavírus na cidade, em março, o Centro Dia, situado no bairro Pereira Lobo, passou a realizar as tarefas à distância, com o auxílio da tecnologia. Durante esse período de isolamento social, as equipes mantêm os vínculos com os usuários realizando atividades remotas por meio de mensagens, videochamadas, ligações telefônicas e visitas domiciliares.

“Todo mês entregamos atividades para eles fazerem em casa, virtualmente, ou levamos até a sua residência, buscando a viabilidade da realização com materiais que podem ser encontrados facilmente em casa. São atividades que estimulam a coordenação motora fina (pequenos músculos), fortalecimento dos dedos, visão, concentração, agilidade e percepção com recursos como lápis de cor, caneta, folha de papel, papelão, fita crepe, argolas, vasilhas, grãos de alimentos, canudos, entre outros materiais e estímulos”, detalha a coordenadora do Centro Dia.

Fortalecimento dos vínculos
Moradoras do bairro Pereira Lobo, a dona de casa Lygia Cardoso, 75, e sua filha Isabele Cardoso, 34 - que tem Síndrome de Down -, são acompanhadas pelo Centro Dia desde 2014. Para Lygia, a unidade trouxe benefícios à sua filha.   

“Ela se desenvolveu muito frequentando o Centro Dia. Lá, ela brinca, dança, conversa, participa das atividades, passeios.  Mesmo explicando o momento atual que vivemos, ela sente bastante falta. As meninas sempre trazem atividades para ela fazer, ela gosta de todas.  Isabele não vê a hora de voltar. Adoramos a surpresa de hoje”, afirmou a mãe de Isabele.

Também surpreso com a iniciativa ficou o aposentado Jaílton da Conceição, 52, morador do bairro Suíssa. “Gostei muito da visita. São pequenas ações como essa que nos fazem acreditar que dias melhores virão”, disse.

Jaílton, paraplégico, frequenta a unidade há quase sete anos e contou como manteve a relação no período de isolamento social. “Elas sempre entram em contato comigo para saber se estou bem, se preciso de algo e mandam atividades para eu fazer. Sinto muita falta, estou ansioso para voltar porque gosto de estar lá, participo de diversas atividades. Minha relação com a equipe é muito boa”, completou.

No bairro São Conrado foi a vez do Edinei Reis, 44, pessoa com Síndrome de Down, ser recebido com muita festa. Sua irmã, a técnica de enfermagem Antônia Francisca Freire relembrou, com a visita, um momento do passado e a importância do equipamento para as pessoas com deficiência, em Aracaju.

“Fiquei muito feliz e emocionada porque me lembrei da festa do ano passado. Não tenho palavras para descrever a relação entre o meu irmão e o Centro Dia. Eles o acolhem de uma maneira que deixam ele à vontade. Edinei brinca, faz atividades, se tornou um menino mais curioso. Antes, ele nem saía do sofá, agora ele dança, é alegre, mais participativo e interage com outras pessoas. De repente, chegou essa pandemia, um momento difícil porque ele sente muita falta de ir para lá. É louvável ter um local apropriado para esse público porque eles conseguem obter um desenvolvimento apropriado ao tipo de deficiência e se sentem mais humanos”, frisa.