Prefeitura intensifica atuação da Rede de Atenção Psicossocial durante o Janeiro Branco

No ano atípico de 2020, de emergência em saúde pública decorrente da pandemia do novo cornavírus, a Prefeitura de Aracaju reforçou a oferta de serviços destinados à assegurar à população os cuidados devidos com a saúde mental.

 

Em continuidade a esse trabalho, o Município inicia o ano de 2021 se somando ao Janeiro Branco, campanha que busca chamar a atenção para a saúde mental e traz como tema “Todo cuidado conta”. Com isso, a Rede de Atenção Psicossocial (Reaps) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) intensifica, no decorrer deste mês, o trabalho oferecido aos aracajuanos.

 

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2020, foi contatada ansiedade em 86,5% dos participantes; transtorno de estresse pós-traumático em 45,5% e depressão grave em 16% dos entrevistados. Para tanto, as ações da campanha nacional visam formar um pacto pela saúde mental, em tempos em que a pandemia ainda dita o comportamento da população. 

Para a coordenadora da Reaps, Chenya Coutinho, o chamamento é de extrema importância. “O que muita gente não sabe ou não leva em consideração é que muitas questões de ordem mental exercem influência direta no físico. Então, há muitos casos em que doenças do corpo são originadas por conta de um estado psicológico e/ou emocional que não foi tratado com a devida atenção", explica.

 

Segundo Chenya, por este motivo, quando a campanha destaca que ‘todo cuidado conta’ "é justamente para ressaltar os pequenos detalhes no dia a dia". "É o cuidado com o sono, com a alimentação, com a prática de atividade física, condutas que impactam positivamente na saúde mental e, consequentemente, tem o retorno para o corpo físico”, pontua . 

De acordo com a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial, o Janeiro Branco proporciona uma visão ampla do conceito de saúde mental. “Essa campanha é mais acessível para as pessoas que não têm o diagnóstico de transtorno ou sofrimento mental. Está ligada à qualidade de vida e ao equilíbrio mental do ser humano. É uma campanha considerada nova para a saúde mental, pois as datas mais emblemáticas são lembradas em outubro, no dia Mundial da Saúde Mental, e no mês de maio, quando ocorre a Luta Antimanicomial. No entanto, tem ganhado força ano a ano, sobretudo num momento em que a pandemia deixou mais à mostra as necessidades de cuidar do lado psicológico”, ressaltou. 

Por conta da orientação para o distanciamento social, as ações da campanha, neste ano, serão mais voltadas às unidades que já acompanham diretamente pacientes que realizam tratamento na rede.

 

Entretanto, a coordenadora destaca que a rede municipal de saúde de Aracaju possui um amplo serviço de assistência à população que precise, seja de orientação ou mesmo de encaminhamento para tratamento psicológico. 

“A Saúde de Aracaju disponibiliza, em sua Rede de Atenção Psicossocial, três níveis de atendimento, categorizados de acordo com urgência e gravidade de cada caso. Trabalhando mediante a promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde, os serviços ofertados na Reaps dividem-se em Atenção Primária, Centros de Atenção Psicossocial [Caps] e a urgência mental, disponibilizada no Hospital São José”, afirma Chenya. 

A Atenção Primária, ofertada em dez Unidades Básicas de Saúde (UBS), funciona como referência de saúde mental, com a presença de psicólogos e psiquiatras. 

“O atendimento é regulado a partir do Núcleo de Controle, Avaliação, Auditoria e Regulação [Nucaar] e Centros de Referências Especializados em Saúde do Trabalhador, de forma a priorizar os casos mais graves e urgentes. Neste processo, o aracajuano é encaminhado para o local mais próximo de seu endereço cadastrado no sistema, para que haja o máximo de facilidade possível no deslocamento”, orienta a coordenadora.

Para atendimento nesses locais é preciso ter encaminhamento médico, prescrito por profissional da rede. Os adultos têm acesso ao serviço nas UBSs Santa Terezinha, Celso Daniel, Humberto Mourão, Marx de Carvalho, Dona Sinhazinha, Joaldo Barbosa, Edézio Vieira de Melo, Francisco Fonseca e Anália Pina de Assis. Já os atendimentos pediátricos são feitos nas unidades Ministro Costa Cavalcante, João Cardoso e Marx de Carvalho.

“Os casos crônicos, que necessitam de um tratamento mais aprofundado, são atendidos em seis Centros de Atenção Psicossocial (Caps), unidades que contam com equipes multiprofissionais, compostas por psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, educadores físicos, entre outros. Dos Caps, cinco funcionam em regime de plantão 24h por dia, categorizados como tipo 3, e um em horário comercial, de segunda a sexta-feira, se enquadrando no tipo 2. Quatro destes Caps atendem pessoas em sofrimento psíquico e transtorno mental e dois atendem casos decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas”, detalha Chenya.

Para os casos de crises e urgências psiquiátricas, a Prefeitura de Aracaju contratou o serviço de urgência mental do Hospital São José. O modelo preconizado na capital é ligado à necessidade de respeito ao quadro de sofrimento mental de cada paciente, na busca por reforçar os vínculos entre o serviço público e a sociedade. 

A pandemia do novo coronavírus vem também afetando o aspecto emocional e psicológico. Para atender a essa demanda e ampliar o campo de serviços durante a crise sanitária, a Prefeitura oferta, desde o mês de abril do ano passado, o serviço de apoio psicológico remoto. 

O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, ininterruptamente. Para acessar o serviço, basta contatar o 0800 729 534, e escolher a opção 2, a partir da qual um dos psicólogos da equipe realiza os atendimentos.