Covid-19: Prefeitura mantém espaços para acolhimento de pessoas em situação de rua

Agência Aracaju de Notícias
13/01/2021 09h00
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Possibilitar uma vida digna a todos os cidadãos é um dever do Estado, inclusive com aqueles que não têm onde morar. Por isso, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, disponibiliza espaços de acolhimento na capital sergipana com o objetivo de assegurar dignidade à população que vive em situação de rua; principalmente agora, em período de pandemia.

Normalmente, esse acolhimento é feito nas unidades fixas mantidas pelo Município para esse fim, como a 'Casa Acolher, que hoje atende 40 pessoas, e a 'Migrante', em parceria com o Governo do Estado, com 20 pessoas. Durante a pandemia, contudo, em virtude da necessidade de cuidados redobrados com a higiene e o distanciamento social, de forma a evitar a proliferação do novo coronavírus, a Prefeitura ampliou essa assistência.

Assim, no início da pandemia, foram disponibilizadas quatro unidades provisórias para acolher melhor essa população vulnerável e que chegaram a receber 170 pessoas: Centro Espírita Laura Amazonas, Emef Freitas Brandão, Cras Terezinha Meira e Centro Dia; essa última dedicada para acolhimento exclusivo a pessoas positivadas ou suspeitas para a covid-19.

Por conta das medidas de flexibilização do comércio, porém, muitos abrigados decidiram voltar para as ruas, o que fez a Prefeitura reduzir o número de abrigos de quatro para dois: Emef Freitas Brandão e Cras Terezinha Meira. "Com o passar do tempo, a flexibilização das regras da pandemia, abertura do comércio, a gente sabe que a população em situação de rua convive do que arrecada na rua e do trabalho que faz na rua. Com a reabertura e a flexibilização a gente vê uma redução da população que quis ficar acolhida e isso fez com que a gente diminuísse as nossas unidades", explica o coordenador da Proteção Social Especial da Assistência Social de Aracaju, Jonathan Rabelo.

Nos abrigos, os acolhidos recebem três refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar. Além disso, são disponibilizados produtos de higiene e limpeza, como sabonetes, creme dental e escova de dentes, roupas, toalhas, lençóis, cobertores, álcool, além de colchões, assim como orientações sobre os cuidados necessários para o enfrentamento da covid-19. Tanto a alimentação quanto os produtos de higiene são frutos de uma parceria realizada com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias).

O contato inicial com essas pessoas é feito pelas equipes de abordagens nas ruas, a exemplo da equipe do "Consultório na Rua". Caso um acolhido esteja com suspeita ou positivado para a covid-19, ele é encaminhado pela Rede de Atenção Básica de Saúde ao Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Terezinha Meira, destinado a este fim. Nos primeiros dias de janeiro, 35 usuários deram entrada na unidade.

"As pessoas que são geralmente encaminhadas pela Rede de Atenção Básica ou são identificadas através de equipes de abordagens nas ruas. Elas passam por acolhimento inicial dentro das unidades que fazem atendimento específico para covid-19. Em seguida, são avaliadas e encaminhadas ao abrigo. No momento da avaliação, elas passam pelo critério de teste tipo PCR. Uma vez infectadas ou suspeitas, elas são encaminhadas para a unidade para passar o período de quarentena na unidade", esclarece a técnica de Referência do Cras Terezinha Meira, Sanolli Gonzaga.

Continuidade
Atualmente, a Prefeitura de Aracaju segue mantendo a assistência às pessoas em situação de rua, sempre com os protocolos de segurança, em virtude da pandemia. "Continuamos com esse processo de possibilitar a essas pessoas a prevenção do contágio. A gente sabe que isso é um processo de autonomia do usuário, de querer estar ou não dentro dos alojamentos. O Município continua preparado para atender à população em situação de rua que queira ficar num espaço protegido, com toda a condição de higiene e de alimentação. Para os que estão confirmados ou suspeitos de covid-19, nós também temos uma unidade de retaguarda", ressalta o coordenador Jonathan Rabelo.

Além disso, as equipes também realizam um extenso trabalho social com os abrigados, possibilitando o acesso a programas sociais e fazendo a reinserção familiar. "Se têm perfil de auxílio moradia ou de acesso a benefícios eventuais, orientamos sobre cadastramento para auxílio emergencial do Governo Federal, e trabalhamos aqueles que poderiam ter uma reinserção familiar. Fizemos algumas reinserções familiares tanto no Município quanto fora, em outros Estados. Fizemos todo um aparato social nesse processo", esclarece Jonathan.