Planejamento garante agilidade e otimização do processo de vacinação em Aracaju

Agência Aracaju de Notícias
25/01/2021 05h00
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A chegada de vacinas contra a covid-19, em Aracaju, é um passo importante rumo à imunização coletiva. Para a capital sergipana, foram destinadas, inicialmente, 21.878 doses da CoronaVac, o que garantirá a vacinação de 10.939 aracajuanos. Na primeira semana da campanha de imunização, mais de quatro mil doses foram aplicadas, contemplando trabalhadores da saúde, que estão na linha de frente do enfrentamento à pandemia, e idosos que residem em asilos ou abrigos, grupos prioritários na primeira fase da vacinação.

O Plano Municipal de Vacinação, desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju e coordenado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), está alinhado às diretrizes do Ministério da Saúde. Além de garantir toda a logística de transporte e armazenamento dos imunizantes, a transparência do processo também tem sido prezada, sendo que a gestão municipal tem munido os órgãos fiscalizadores de toda e qualquer informação a respeito do processo de vacinação, principalmente para garantir que sejam seguidos os critérios estabelecidos como prioridade.

“Esses primeiros dias de vacinação ocorreram dentro do previsto, de acordo com o planejamento que foi feito. Organizamos todo o cronograma de vacinação, atendendo hospitais da rede pública e privada, Unidades Básicas de Saúde [UBS], além dos abrigos e lares para idosos. Com a informação de que dois milhões de doses da AstraZeneca foram liberadas da Índia para o Brasil, existe uma estimativa de que, em breve, essas doses sejam liberadas para os municípios. Assim, vamos aguardar para que, na próxima semana, mais imunizantes cheguem a Aracaju e possamos ampliar a vacinação para além dos grupos de risco, na busca da imunidade coletiva que tanto desejamos. Queremos manter esse ritmo para que nos próximos 10 ou 15 dias se possa avançar para a próxima etapa”, destaca a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza.

A secretária ressalta, ainda, a eficácia da vacina e o quanto é importante que a população se conscientize sobre isto e a imunização tenha significante adesão. “Ficou comprovado que a CoronaVac realmente estimulou o desenvolvimento de anticorpos, que é o que a gente precisa para se proteger da contaminação. Essa vacina apresenta uma eficácia maior que outros imunizantes, a exemplo da vacina contra gripe, o que atesta sua importância como uma das ações para vencer a pandemia do novo coronavírus, que já vitimou mais de 1,7 milhão de pessoas em todo o mundo”, enfatiza a gestora.

Imunizados
Para quem já recebeu a vacina, o sentimento é praticamente unânime. Além da própria segurança por receber o imunizante, fica a esperança de que o período tenso e carregado de desafios advindo da pandemia fique apenas no passado.

Maqueiro do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) João Alves Filho, Vicente Souza relembra que, nessa função, presenciou momentos que ficarão na memória. “Trabalho numa área de risco, a ala vermelha do maior hospital do estado. Durante todo esse período de pandemia, atuei diretamente com covid-19, vi muita gente chegando e partindo, carreguei pessoas mortas pela doença. Cheguei a ficar doente também, internado na ala em que trabalho, então, tudo isso foi uma experiência que quero guardar como lição de vida. Ter tomado a vacina acende um sinal de esperança e nos dá certo alívio, um pensamento de que tudo ficará bem”, conta .

A assistente social do Huse, Graziela Soares, também atua na ala vermelha do Huse e lida diretamente com pacientes e familiares, prestando todo tipo de suporte. Em tempos de pandemia, ela foi, ainda, o colo que serviu de consolo no momento da perda.

“Não é fácil e nunca será. Estamos na linha de frente, literalmente, porque nossa sala é a primeira no hospital. Todos os 63 profissionais da Assistência Social do Huse pegaram covid-19. Meu marido é médico da ala vermelha, chegou a ficar internado, dependendo de oxigênio e, junto às demais situações, esse momento foi muito tenso para mim, sobretudo porque não pude estar ao lado dele, como estive ao lado de tantas pessoas. A vacina significa uma esperança de vida e é pela vida que as pessoas precisam se conscientizar”, pontua Graziela.

No Hospital Municipal Nestor Piva, o clínico-geral Ramon Jaimes, boliviano de Cochabamba que escolheu Aracaju para viver há dez anos, viu no momento de pandemia uma chance de aumentar sua crença num futuro melhor.

“A vacina é o único caminho, não há o que se discutir, isso preciso ser compreendido. Ela é o que nos traz uma segurança, para a gente que atua na saúde e para o povo em geral. É uma questão, também, de fé, de acreditar na ciência e em que se dedicou para elaborar essa vacina que, hoje, chegou para nos dá esperança. Essa pandemia machucou bastante e eu torcia e torço muito pela vacina”, frisa o médico.

Plano de Vacinação
O Plano Municipal de Vacinação foi estabelecido de forma a garantir que a população tenha acesso ao imunizante com segurança, sem aglomerações, e respeitando a urgência dos grupos prioritários. Ele foi dividido em quatro etapas e subdividido em fases para que sejam respeitadas as prioridades entre os grupos de risco, que reúnem milhares de pessoas.

Sendo assim, nesta primeira etapa, estão sendo vacinados os trabalhadores da saúde, que estão na linha de frente do combate à pandemia, a exemplo dos que atuam em UTI’s, urgências, unidades exclusivas para síndromes gripais, além de idosos que residem em abrigos ou asilos e seus cuidadores.