Com sessões itinerantes, Prefeitura democratiza acesso ao cinema

Agência Aracaju de Notícias
02/02/2021 08h00
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O acesso à arte permite entender e ressignificar símbolos e sentimentos inseridos na vida cotidiana, e amplia as possibilidades de intervenção na realidade e reconhecimento da própria condição humana. Com essa proposta, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Cidade de Aracaju (Funcaju), promoveu uma versão itinerante do Curta-SE (Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe), entre os dias 27 e 29, levando arte aos locais de maior vulnerabilidade social da cidade, cumprindo, com isso, o papel de disponibilizar a esses cidadãos os instrumentos necessários para interpretar o mundo de uma maneira mais rica.  

O Festival Itinerante Curta-SE  foi um dos projetos premiados no edital Janelas Para as Artes. Nos três dias de festival, três diferentes bairros da capital receberam as sessões: o 17 de Março, no dia 27; o Olaria, no dia 28; e o conjunto Augusto Franco, no dia 29.

“Nós realizamos o festival Curta-SE há 20 anos. Desta vez, por conta da pandemia, precisamos fazer as coisas de uma maneira um pouco diferente, tornando o festival itinerante. Fomos aprovados no edital do “Janelas para as Artes” e levamos a programação a três bairros, priorizando uma população que está aquém do acesso à sétima arte. São curtas premiados e diversificados, sergipanos e de outros lugares do país”, explica a coordenadora do Curta-SE, Dayze Rocha.

As sessões aconteceram com o devido cuidado em relação às medidas de biossegurança, como a medição da temperatura, o distanciamento mínimo indicado e o uso do álcool em gel e da máscara.  

A iniciativa ganha ainda mais notoriedade quando leva-se em conta o contexto de dificuldades imposto pela pandemia do novo coronavírus, seja o dano econômico, com o evidente empobrecimento da população, ou nas relações interpessoais, com a necessidade de distanciamento social.

O projeto permite às pessoas reconhecerem a si mesmas como parte do mundo, aumentando a sensação de pertencimento, o que auxilia no enfrentamento das angústias inerentes ao momento que vivenciamos hoje.

Nos bairros de maior vulnerabilidade social há uma população ávida por consumir cultura, capaz de refletir sobre si mesma, ao analisar e projetar sua intuição e experiência no que se pode ver na tela.

Garantir esse direito à reflexão e ao lazer é o papel do poder público, ao gerir o erário. É permitir à lavradora Aldeci de Santana, 29 anos, uma moradora do bairro Olaria, que viu a primeira projeção em tela grande de sua vida nesta quinta-feira (28), a satisfação de ver seus filhos admirados com as películas projetadas.

“É uma ação muito boa essa. Muita gente não tem condição de ir ao cinema, aí vindo para o bairro é muito bom. Como mãe, fico muito agradecida”, diz.

Ou mesmo possibilitar à mãe de Ágata e Miguel, Fernanda Brás Fontes, também moradora do Olaria, um momento de tranquilidade em meio às incertezas que se impõem à sua vida material. “É muito bom saber que não estão na rua, mas se divertindo vendo filme e comendo pipoca”, afirma.

Com esse Festival e demais iniciativas coordenadas pela Funcaju com produtos fomentados pela Lei Aldir Blanc, a Prefeitura tem contribuído para consolidar a democratização do acesso a cultura na capital sergipana.