Ecopontos contribuem para manejo e tratamento adequados de resíduos sólidos

Agência Aracaju de Notícias
19/02/2021 04h00

Desde 2017, a Prefeitura de Aracaju tem empenhado esforços para avançar no enfrentamento dos principais problemas ambientais decorrentes do manejo dos resíduos sólidos. Uma das alternativas encontradas para pôr fim ao descarte irregular foi a construção de Estações de Entrega Voluntária de Resíduos Sólidos (Ecopontos).
 
Atualmente, por intermédio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), a administração municipal segue avançando na construção dessas unidades com a perspectiva de formar uma rede com 18 Ecopontos. 

Quatro ecopontos já foram implantados na Capital e funcionam de segunda a sábado, das 7h às 12h e das 13h às 17h. A primeira a ser erguida foi a do Bairro Industrial. Em seguida, foram construídas as dos bairros Coroa do Meio, Santos Dumont e 17 de Março e, no momento, outros dois ecopontos estão sendo construídos, no Ponto Novo e no Inácio Barbosa. 
 
Somente com a obra destas unidades, juntamente com outros serviços, a exemplo do Cata-treco e educação ambiental, a Prefeitura já conseguiu eliminar 98,5% dos 2.200 pontos de descarte irregular identificados em 2017. Mas a meta é ir além, como ressalta o presidente da Emsurb, Luiz Roberto Dantas.

“Já estamos estudando mais seis locais que tenham possibilidade de construção de ecoponto. Por serem espaços que não recebem lixo orgânico, apenas lixo seco, a definição do local é mais fácil, já que não geram odor, não liberam nenhum tipo de gás e não acumulam bichos e insetos. Os ecopontos estão sendo construídos de maneira gradativa em locais estratégicos, onde há maior incidência de descarte irregular e eles têm contribuído significativamente já que, agora, a população tem onde fazer a destinação correta”, aponta Luiz Roberto. 

Os dois ecopontos em construção fazem parte de um pacote de obras que a Prefeitura está executando a partir do Programa de Requalificação Urbana "Construindo para o Futuro", financiado com recursos do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID). 

Além de contribuir para a política de reciclagem, a partir do repasse de materiais recolhidos para cooperativas, as novas estações oferecerem às comunidades condições para a destinação adequada dos resíduos da construção civil e de volumosos, servindo de apoio ao combate do descarte irregular de rejeitos em logradouros públicos e áreas ambientais.

"Com a conclusão das obras no Ponto Novo e Inácio Barbosa, que estão sendo executadas paralelamente, iremos reduzir o número de pontos de descarte irregular existentes nesses bairros, como também em comunidades adjacentes. O nosso intuito é que os ecopontos façam parte da rotina dos moradores e que eles possam realizar a destinação dos resíduos que produzem de forma correta e consciente”, enfatiza Luiz Roberto.

Desempregado, no momento, Marcos de Souza recolhe recicláveis para conseguir uma renda, além de outros serviços, como jardinagem. Para ele, os ecopontos são fundamentais. 

“Comecei recolhendo os materiais não só para ter uma renda depois que fiquei desempregado, mas também porque via muita gente jogando lixo onde não deveria e isso me incomodava. Então, ter um espaço como esse é interessante porque não vai ter mais tanto lugar sujo e nem entulho largado em locais errados”, afirma Marcos. 

A dona de casa Mônica de Almeida mora próximo a um canal e já viu muito lixo sendo descartado de maneira incorreta. 

“Todos os dias, praticamente, o canal aparece com um pedaço de móvel ou até um móvel inteiro jogado nele. Vejo o pessoal da Prefeitura vindo limpar o canal e as ruas, mas, pouco depois, as pessoas sujam de novo. Acho muito importante ter um local como esse, mas é preciso que as pessoas também tenham consciência”, ressalta Mônica. 

O presidente da Emsurb chama a atenção para outro detalhe a respeito da funcionalidade dos ecopontos. De acordo com Luiz Roberto, além de riscos graves à saúde pública e situações que resultam em alagamentos, o descarte irregular provoca prejuízos ao serviço de limpeza.
 
Diariamente, além de cumprir uma vasta programação voltada à execução dos serviços operacionais, a Emsurb ainda precisa destinar equipes, coletores e veículos para recolher os resíduos provenientes desse tipo de ação, o que gera despesa para o Município.