Creas de Aracaju acompanham e garantem assistência a mulheres com direitos violados

Família e Assistência Social
19/03/2021 07h00
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Diferente do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), que atua na prevenção de situações de vulnerabilidade social e risco nos territórios, o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) realiza o acompanhamento de famílias e indivíduos que tiveram seus direitos violados.

Mulheres em situação de violência, como ameaças de morte, maus-tratos, negligência, violência psicológica e/ou física e situações de rua e pobreza são atendidas pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social por meio do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi).

De acordo com o coordenador do Creas Viver Legal, Caio Andrade, as vítimas são encaminhadas aos equipamentos da Proteção Social Especial (PSE) de Média Complexidade do Sistema Único da Assistência Social (Suas) após registrarem a ocorrência nos espaços de atendimentos especializados. Na unidade, elas são acolhidas e inseridas no Paif.

“A equipe técnica, composta por assistentes sociais, psicólogos e advogados faz a escuta qualificada para colher todas as informações sobre a história de vida da usuária para, a partir disso, serem feitas intervenções socioeconômicas, psicossociais e sociojurídicas. O objetivo é inseri-las em outras políticas públicas socioassistenciais e na Rede de Proteção às Mulheres na capital, promovendo a superação da violência”, detalhou o profissional.

Na capital, há quatro Creas, os quais contemplam todos os bairros. A porta de entrada para a operadora de caixa Daniele Rocha, 28, superar o relacionamento abusivo que sofreu durante 12 anos, foi o Cras Maria Diná, situado no bairro 17 de Março, zona sul.  Desde 2017, ela e suas filhas são acompanhadas pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).

Ao conversar com a equipe do Cras sobre seu caso, ela recebeu os encaminhamentos necessários para a rede socioassistencial, como o Creas Maria Pureza, por meio do Paefi, e outras políticas públicas, como a uma delegacia especializada em atendimento de mulheres vítimas de violência.

Ao denunciar as agressões causadas pelo seu ex-companheiro, Daniele recebeu uma medida protetiva. Sem o apoio da família e de amigos, ela e suas filhas foram acolhidas pelo Abrigo Núbia Marques, uma instituição de acolhimento da administração municipal para mulheres vítimas de violência de Aracaju.

O processo de transformação em sua vida se deu durante quatro meses, período em que contou com o trabalho articulado desenvolvido pelas equipes técnicas do Cras, Creas e Abrigo Núbia Marques para a superação das violações de direito. Daniele acredita que sua história inspira outras mulheres a se encorajarem.

“No começo tudo são flores. Você acha que encontrou o amor da sua vida, mas depois, vieram as consequências. Vivi, no relacionamento, todos os ciclos de violência: verbal, patrimonial, sexual e a pior de todas, psicológica. As reuniões do Grupo de Mulheres, o qual eu participava, me ajudaram a perceber que o que eu vivia não era uma vida digna. Foi quando tomei uma decisão: pedi apoio ao Cras e ao Creas que me levaram à Delegacia, onde contei com todo o auxílio", conta Daniele.

Ela lembra que, junto às filhas, foi levada ao Núbia Marques, onde permaneceu durante dois meses e dez dias. "Foi difícil sair da minha própria casa. Depois desse tempo, voltei para a minha residência e enfrentei o medo. Dois meses após, consegui meu emprego com carteira assinada, o que me levou a ter empoderamento e a ser enxergada com outro olhar na sociedade”, descreveu a assistida.

Quando recebeu a medida protetiva, após sofrer diversas agressões físicas, Daniele se encorajou e pôs fim ao antigo relacionamento. Agora, seu passado não faz mais parte do seu presente, nem do futuro.

“Hoje, sou uma mulher completamente feliz. Tenho voz na sociedade, decido o que quero e o que não quero; o que faço e não faço, tenho voz. Estou reconstruindo minha família, vivo em outro relacionamento onde não aceito, sequer, um grito, nenhum tipo de ciúmes, mas sim, ser feliz”, comemora.

Onde encontrar
Os Creas funcionam de segunda a sexta-feira, de 7h às 17h, com funcionamento no horário do almoço. Confira, abaixo, os endereços das unidades e seus respectivos bairros de atendimento:

- Creas Maria Pureza (Inácio Barbosa, São Conrado, Luzia, 17 de Março, Farolândia, Mosqueiro (Robalo e Areia Branca), Aeroporto, Coroa do Meio, Atalaia, Santa Maria): avenida Paulo VI, 160, bairro Inácio Barbosa. Tel: (79) 3179-1366; e-mail: creas.mariapureza@aracaju.se.gov.br;

- Creas Viver Legal (Ponto Novo, Jabotiana (Sol Nascente, JK e Santa Lúcia), Aloque, Suíssa, Grageru, Jardins, Salgado Filho, 13 de Julho, São José, Pereira Lobo, América, Novo Paraíso, José Conrado de Araújo, Siqueira Campos, Cirurgia, Getúlio Vargas, Centro): Av. São João Batista, S/N, bairro Ponto Novo. Tel: (79) 3259-2990; E-mail: creas.viverlegal@aracaju.se.gov.br;

- Creas São João de Deus (Porto Dantas, Coqueiral, Cidade Nova (Alto da Jaqueira, Getimana e Japãozinho), 18 do Forte, Palestina): Rua São João, S/N, Bairro Santo Antônio. Tel: (79) 3179-3470; E-mail: creas.saojoaodeus@aracaju.se.gov.br;

- Creas Profº. Gonçalo Rollemberg Leite (Lamarão, Soledade, Santos Dumont (Almirante Tamandaré), Bugio, Veneza, Jardim Centenário (Matadouro, Olaria (São Carlos), Capucho): Rua Alagoas, 2.051, Bairro São José Conrado de Araújo; Tel: (79) 3179-2244; E-mail: creas.goncalorollemberg@aracaju.se.gov.br;

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