Com condições mais suscetíveis ao contágio pelo coronavírus, as pessoas em situação de rua da capital sergipana são assistidos pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, com atenção intensificada e contínua desde o início da pandemia.
Segundo a secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Passos, esse público foi a primeira preocupação da pasta desde que o vírus chegou à Capital.
“As pessoas em situação de rua são tidas como um público de risco, por nós, por estarem em um cenário muito delicado, de extrema vulnerabilidade, então foi o nosso primeiro pensamento. Montamos os abrigos com bastante cuidado, com espaço disponibilizado para suspeita de contágio e também para os já positivados, com o intuito de conter a proliferação do vírus. Além disso, as equipes da Abordagem Social intensificaram os trabalhos para levar esses usuários para dentro dos abrigos, onde recebem acolhimento e acompanhamento de psicólogos, assistentes sociais e educadores sociais, por exemplo”, afirma Simone.
Além do acolhimento, a secretária explica ainda que a pasta promove outros atendimentos a essa população.“Outro ponto importante foram as orientações passadas pelas equipes para esses usuários relacionados ao recebimento do auxílio emergencial, para os que tinham direito, além de acesso à documentação. Neste período também fizemos reinserção familiar e inserção no mercado de trabalho, tudo bem pensado para o bem-estar dessa população”, ressaltou.
A população aracajuana em situação de rua está inserida no grupo que recebe atendimento socioassistencial da Proteção Social Especial (PSE) do município, e tem, inicialmente, apoio no Centro Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP), situado na região central da cidade, para aquelas que não aceitarem realizar o isolamento social em qualquer um dos dois espaços disponibilizados pela gestão.
No Centro POP, os usuários podem tomar banho, lavar roupas, receber alimentação, como café da manhã e tickets refeição para almoço e jantar em restaurante popular, além de espaço para guardar os utensílios pessoais. O espaço conta com refeitório, banheiros, salas para atendimento psicossocial, leitura e integração social.
Lá, também são realizadas oficinas, assim como é viabilizada a inserção no Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais do Governo Federal, encaminhamentos para diversos serviços de políticas públicas, emissão da carteira de identidade, dentre outros. Diariamente, cerca de 150 pessoas recebem atendimento no Centro POP.
Abrigos emergenciais
Antes do período de pandemia, a Prefeitura de Aracaju já disponibilizava abrigos fixos, como a Casa Acolher e o Centro de Apoio ao Migrante (CAM), esse último em parceria com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias), do Governo do Estado.
Com o início da pandemia, mais cinco espaços de acolhimento provisório foram disponibilizados, dentre eles, o antigo Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Terezinha Meira, localizado no bairro Veneza; a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Freitas Brandão, no bairro Suíssa; o Centro Espírita Laura Amazonas, localizado no Santos Dumont; o Estádio Proletário Sabino Ribeiro, no bairro Industrial; e no Centro Especializado para Pessoas com Deficiência (Centro DIA).
É importante destacar que cerca de 170 pessoas já foram abrigadas nesses espaços desde o início da pandemia. Entretanto, com as medidas de flexibilização decretadas pelo Poder Executivo estadual e municipal, e a saída de alguns usuários dos locais (visto que o isolamento não é feito de maneira compulsória), a Prefeitura reduziu o atendimento emergencial para dois abrigos: Freitas Brandão e antigo Cras Terezinha Meira.
Atualmente, dois usuários encontram-se isolados no Cras Terezinha Meira, 30 estão abrigados no Acolher, 58 estão no Freitas Brandão e 20 no Centro de Apoio ao Migrante. Lá, eles recebem três refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar. Também são disponibilizados produtos de limpeza e para a higiene pessoal, como sabonetes, creme dental, escova de dentes, roupas, toalhas, lençóis, cobertores, álcool e colchões.
De acordo com o coordenador da Proteção Social Especial de Aracaju, Jonathan Rabelo, os espaços foram mantidos para garantir a segurança e o auxílio socioassistencial aos usuários. “Continuamos com esse processo de possibilitar a essas pessoas a prevenção do contágio. A gente sabe que isso é um processo de autonomia do usuário, de querer estar ou não dentro dos alojamentos. O Município continua preparado para atender à população em situação de rua que queira ficar num espaço protegido, com toda a condição de higiene e de alimentação”, destaca.