A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, em ação conjunta com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), dá continuidade ao ciclo de vacinação para as pessoas em situação de vulnerabilidade social, cidadãos, em sua maioria, em situação de rua.
Desde o início da vacinação na capital, cerca de 90 pessoas em situação de rua já foram imunizadas porque atenderam aos critérios do Plano de Imunização da população em geral, a exemplo de faixa etária, comorbidades ou aplicações nos abrigos. Segundo a secretária municipal da Assistência Social, Simone Passos, esse público está no foco de atuação da pasta desde o início da pandemia.
“Sempre nos preocupamos com esse público, realizando testagens e vacinação de algumas pessoas em situação de rua acolhidas em nossos abrigos criados durante essa fase, por meio de uma solicitação que fizemos junto à SMS e ao prefeito Edvaldo Nogueira. Mais uma vez, continuamos avançando, realizando a vacinação daqueles que se encontram em situação de rua e também em ocupações, cumprindo o nosso papel na garantia de direitos”, destacou a secretária.
Para que fosse possível atender a demanda, foi necessária uma articulação intersetorial prévia entre a equipe do Consultório na Rua - que já possuía dados dessas pessoas por meio de um cadastro no Sistema para Gestão de Secretaria da Saúde (IDS), do Projeto Redução de Danos e com o Centro Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP). Esse último buscou sensibilizar e informar essas pessoas sobre a importância de compareceram aos pontos de vacinação.
De acordo com a coordenadora do Consultório na Rua, Jayane Trindade, duas estratégias foram traçadas para realizar a vacinação.
“Foram seis pontos de vacinação pensados e divididos por região/território onde se concentra um grande número de pessoas em situação de rua, além da oferta da vacinação itinerante para aquelas pessoas que têm dificuldade de locomoção. Com isso, a equipe do Consultório na Rua realiza a busca ativa”, afirmou a coordenadora.
Foram aplicadas as primeiras doses da vacina AstraZeneca. Até o dia 22 de junho é a previsão para as pessoas em situação de rua acompanhadas pelo Consultório na Rua e com cadastro no IDS sejam vacinadas. Em setembro, deverão retornar a um dos pontos de vacinação para receberem a segunda dose, quando enfim, são considerados imunizados.
Alegria pela primeira dose
Um dos vacinados, o cabeleireiro G. M., 51 anos, residente na “Invasão da Babilônia”, localizada no Centro, não escondeu a felicidade por receber a primeira dose da vacina.
“Estou muito feliz. Ainda falta a segunda dose, em setembro, mas isso já traz uma esperança de que muito em breve retornarei para concluir a imunização. É motivo de muita alegria, porém, temos que continuar se cuidando,”, ressaltou.
Para um dos representantes de um movimento de pessoas em situação de rua, C. S., 40, a vacinação traz maior qualidade de vida para esse público mais vulnerável. “Nós, em situação de rua, precisamos de maior qualidade de vida, e o recebimento dessa vacina, com certeza, contribui para isso. Há cinco anos, sou representante desse público ao qual faço parte e vejo a ação de hoje como um salto na garantia da qualidade de vida aqui no município”, disse.
Atendimento diário
Vale lembrar que esse público recebe acompanhamento especializado do Centro POP, que atende diariamente a cerca de 120 pessoas, as quais são agrupadas em blocos para evitar aglomerações. Lá, os usuários podem guardar seus utensílios, tomar banho, lavar roupas, ter acesso à alimentação, como café da manhã e tickets refeição para almoço e jantar em restaurante popular.
Além disso, o espaço conta com refeitório; banheiros; salas para atendimento psicossocial, leitura e integração social e realização de oficinas; inserção no Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais do governo federal; encaminhamentos para diversos serviços da rede de políticas públicas, como emissão de carteira de identidade, entre outros.
Outros equipamentos administrados pela pasta são os abrigos permanentes e provisórios como o Acolher; Centro de Apoio ao Migrante (CAM), gerido em parceria com o Governo do Estado; a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Freitas Brandão; e um espaço de isolamento para usuários com sintomas gripais ou covid-19 com capacidade para 20 pessoas no antigo Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Terezinha Meira.
Nesses locais, os usuários têm direito a três refeições diárias: café da manhã, almoço e jantar. Além disso, têm a disposição produtos de limpeza e higiene pessoal, como sabonetes, absorventes, creme dental e escova de dentes, roupas, toalhas, lençóis, cobertores, álcool, além de colchões, com todo cuidado para garantir a segurança e evitar o contágio da covid-19. Os materiais utilizados são fruto de uma parceria realizada com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias).